TECNOLOGIA

Empresas rurais investem em sistemas integrados de gestão

Especialistas defendem que o alinhamento de plataformas e ferramentas em todas as pontas da cadeia são essenciais para garantir a rentabilidade dos negócios

Cada vez mais, as tecnologias estão sendo incorporadas nas empresas rurais, tanto de grande porte quanto de pequeno porte, integrando todas as etapas da cadeia produtiva.

Isso representa um novo conceito de transformação digital estratégica exigido pelos negócios, de acordo com especialistas e agrônomos da SPRO IT Solutions, grupo do qual o executivo de contas Luiz Mendes faz parte.

“É essencial que a jornada seja completa hoje em dia. Não é possível abordar pontos isolados dentro da cadeia do agronegócio”, afirma o executivo.

A jornada se refere às várias fases e processos pelos quais a produção no campo passa, incluindo as agroindústrias.

Essas etapas são adotadas por 90% das médias e grandes empresas brasileiras que possuem sistemas integrados de gestão, de acordo com a Pesquisa do Uso de TI nas Empresas, divulgada este ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No setor do agronegócio, os segmentos de produção de alimentos e sucroenergético se destacam.

Ferramentas e plataformas

De acordo com Mendes, o sensoriamento é uma das ferramentas utilizadas no campo para coletar informações importantes para o acompanhamento gerencial da empresa, independentemente de seu tamanho.

“Se você tiver uma estação meteorológica no campo e as informações dela não chegarem até o final da cadeia, você pode não obter os benefícios esperados com todo o monitoramento”, defende Luiz Mendes.

A solução ERP (planejamento de recursos empresariais) é combinada com equipamentos e plataformas que monitoram propriedades de diferentes tamanhos. Segundo o agrônomo Lucas Dierings, tudo começa com a gestão financeira das empresas, mas não se limita a isso.

“Nós também vamos para o campo. Tudo começa com a análise do solo e a criação de mapas de fertilidade. A partir desse momento, acompanhamos todo o desenvolvimento da cultura, observando as rotações, as cultivares, entre outros aspectos”, destaca o especialista.

Desde o campo até a agroindústria, observa-se a necessidade de adotar sistemas para resolver problemas e compensar possíveis falhas nas fases iniciais da produção, como o plantio. Foi isso que levou o diretor de tecnologia Kelson Alencar a se interessar pela implementação do sistema na SSA Alimentos.

A empresa avícola, que abate 450 mil aves por dia e exporta para mais de 80 países, passou a obter mais rentabilidade e controle de custos em todas as áreas após a adoção do sistema integrado de gestão.

A empresa utiliza várias tecnologias na automação e inteligência artificial. “No atual modelo de mercado, em que trabalhamos com commodities como milho e soja, percebemos uma grande necessidade de planejamento para nos adequarmos ao mercado internacional”, observa Kelson.