PROGRAMA CAMINHO VERDE

Brasil procura captar investimentos chineses para recuperação de pastagens

Integrantes do Mapa se reuniram com representantes do governo da China para apresentar projeto

Foto: Wenderson Araujo/CNA
Foto: Wenderson Araujo/CNA

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou na quinta-feira (18), em Santos (SP), o Programa Caminho Verde Brasil a representantes do Departamento de Relações Econômicas Internacionais da China. A iniciativa tem como meta recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas nos próximos dez anos, com apoio de investimentos internacionais.

Segundo o Mapa, o programa já dispõe de R$ 30,2 bilhões, captados por meio do Eco Invest Brasil, para financiar a primeira fase do projeto. O montante permitirá a recuperação de até 3 milhões de hectares de terras abandonadas ou pouco produtivas. Os recursos terão distribuição regional: Amazônia (R$ 3,5 bilhões), Caatinga (R$ 3 bilhões), Pampa (R$ 1,2 bilhão) e Pantanal (R$ 1,1 bilhão).

Modelos de investimento

Na reunião, realizada no Museu do Café, os assessores especiais do Mapa, Carlos Ernesto Augustin e Pedro Cunto, apresentaram dois formatos de aporte financeiro aos chineses:

  • Equity: aquisição de propriedades em sociedade com produtores brasileiros, com o investidor estrangeiro como sócio minoritário. Os recursos são usados na restauração do solo, na ampliação da produção e em tecnologia.
  • Barter: financiamento pago com parte da produção obtida nas áreas recuperadas.

A comitiva chinesa demonstrou interesse e tirou dúvidas sobre os modelos. Novas reuniões devem ser marcadas para aprofundar a negociação.

Sustentabilidade e produção

O Caminho Verde Brasil tem como objetivo aumentar a produção de alimentos e biocombustíveis sem abrir novas áreas de floresta, reforçando o compromisso do país com a sustentabilidade. O programa prevê crédito com juros abaixo do mercado em 10 instituições financeiras, entre elas Banco do Brasil, BNDES, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e Rabobank.

Para participar, os produtores precisam se comprometer a não desmatar novas áreas durante o financiamento e apresentar balanço anual de carbono, entre outras exigências ambientais.