MT SUSTENTÁVEL

Madeira renovável: investidores produzem eucalipto para serraria

Produtor destaca que Mato Grosso sempre transmitiu imagem de progresso e crescimento no cultivo da árvore

Pensando na importância das florestas renováveis, produtores do município de Reserva do Cabaçal (MT) iniciaram, há vinte anos, projeto que cultiva floresta de eucalipto, com o objetivo de minimizar a demanda por madeira nativas na indústria de móveis e na construção civil.

Projeto que cultiva floresta de eucalipto com o objetivo de minimizar a demanda por madeira nativas é o tema do episódio 26 do MT Sustentável.

De acordo com o empresário e um dos sócios da propriedade, Lorenzo Tiso, Mato Grosso sempre teve potencial no cultivo de eucalipto, e viu no reflorestamento uma oportunidade de negócio.

“Há vinte anos, Mato Grosso transmitia uma imagem de progresso e crescimento, era extraordinário. O que estava acontecendo, de fato aconteceu. Nos instalamos e começamos o projeto em 2004, mas já com a intenção de produzir madeira para serraria, para os desdobros”, conta o empresário.

Diferenças nos ciclos

Na fazenda, que possui mais de 2 mil hectares de área total, sendo mil hectares de florestas plantadas, foi possível identificar a diferença entre os dois tipos de reflorestamento realizados na propriedade. Um deles é para biomassa, e o outro tem o objetivo de extrair a madeira sólida.

Diante dessa diferença, Lorenzo Tiso explica que o ciclo da biomassa é um ciclo que precisa concentrar a floresta, de forma que consiga o maior volume possível de biomassa no menor prazo possível. Portanto, o processo que leva em torno de 6 anos, independe do diâmetro, forma ou qualidade da árvore.

Já na madeira sólida, além do ciclo ser maior, levando cerca de 12 a 15 anos, é necessário priorizar o diâmetro da árvore. Então muitas vezes é preciso sacrificar o volume final, para fazer um diâmetro preciso. Outra alternativa é trabalhar com menos árvores por hectares, fazendo desbastes e raleios na floresta.

Processamento do eucalipto

Na prática, as toras de eucalipto são processadas na cidade de Tangará da Serra (MT), cerca de 200 quilômetros do reflorestamento. Desse processamento, tábuas, caibros e ripas saem prontas para a indústria moveleira e para construção civil. Madeira sustentável que ocupa cada vez mais o espaço da madeira nativa.

Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

“Pode ser um perfeito substituto. Claro que existem madeiras nativas com características perfeitamente nobres que o eucalipto talvez não consiga alcançar. Mas ele pode ser amplamente utilizado em todos os aspectos da madeira”, destaca o produtor.

O empresário também explica, que o tempo é o grande desafio neste tipo de projeto. É preciso um bom planejamento para não comprometer o negócio, considerando, principalmente, a liquidez das florestas para madeira sólida, que é de longo prazo.

Novas oportunidades

Além do reflorestamento de florestas de eucalipto, há aproximadamente dois anos o espaço começou a ser dividido com a pecuária. Primeiro como pastos, e recentemente chegaram os animais, cerca de quatrocentas novilhas da raça nelore.

Um dos sócios da propriedade, que preferiu não dar entrevista, conta que uma vez ao ano vem ao estado para acompanhar o andamento do projeto. Ele destaca a importância do início dessa integração de sistemas e diz estar bastante otimista com os resultados.

Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Mas Lorenzo deixa claro, que o foco da propriedade e do projeto é a silvicultura. A integração com pecuária entra como complemento e uma necessidade de manejo do reflorestamento.

“Nós percebemos que pela necessidade de deixar poucas árvores por hectare, tínhamos maior tendência de competição entre plantio de eucalipto. Então começamos com vários testes, e depois de quatro anos, vimos que o pasto não compete com o desenvolvimento do eucalipto” afirma Lorenzo.

+Confira todos os episódios da série MT Sustentável

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*Sob supervisão de Luiz Patroni