No norte de Mato Grosso, o município de Lucas do Rio Verde carrega uma história de sustentabilidade no agronegócio que se tornou referência no Brasil. Por volta de 2005, começou a surgir a preocupação em regularizar ambientalmente as propriedades rurais da região.
A importância da regularização ambiental em todas as propriedades rurais do município é o tema do episódio 15 do MT Sustentável.
Mesmo com as dificuldades do ano, como a crise na agricultura e a chegada de grandes agroindústrias no município, o prefeito da época e hoje empresário, Marino Franz não se abalou.
Franz conta que em uma viagem para a Europa ficou preocupado com as notícias que ocorriam lá à cerca do Brasil e que isso, poderia comprometer o desenvolvimento do município, em um momento de expansão da economia local.
“Eu vi uma campanha muito negativa do Greenpeace, principalmente, restringindo toda a importação de carne, de farelo de soja, óleo de soja, enfim o que viesse do Mato Grosso que era associado ao desmatamento. Voltei para Lucas e vi que não era essa realidade”, pontua Franz.
Objetivos para o município
Após estabelecerem o objetivo em ajustar 100% das propriedades rurais ao Código Florestal brasileiro, os trabalhos práticos começaram. A sistematização das atividades foi implantada e coordenada pela Luciane Bertinatto, na época secretária de Agricultura e Meio Ambiente do município. Hoje, ela é secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema.
A secretária explica que após os diagnósticos, foram feitas agendas com os produtores e cadastros nos bancos de dados. “Esse trabalho nos deu condições de fazer um zoneamento da situação com imagens de satélite”, explica Bertinatto.
Levantamento das propriedades rurais
A partir disso, o cadastro rural revelou informações valiosas. Descobriu-se que o município possui 2.077 quilômetros de rios e córregos e que todas as 670 propriedades rurais do município possuíam ao menos um curso d’água.
O levantamento também mostrou a existência de 730 nascentes e a necessidade de se recuperar no município, 4,8 mil hectares de APPs (áreas de proteção permanente).
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