O clima continua causando apreensão, transtornos e prejuízos nas lavouras de soja em Mato Grosso. Enquanto em Brasnorte produtores sofrem com a falta de chuvas, em Campo Novo do Parecis as baixas temperaturas registradas em novembro há registros de “queima” de talhões inteiros em pleno desenvolvimento.
A situação climática em Mato Grosso é tema do episódio 60 do Patrulheiro Agro desta semana.
Além das perdas de estandes já contabilizadas por produtores em Brasnorte, há propriedades que devem replantar quase mil hectares de soja por causa da falta de umidade.
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“A seca pegou severamente e está dando prejuízo e dor de cabeça. Onde faltou umidade ela não nasceu”, comenta Cleiton José da Silva, gerente de produção de uma propriedade em Brasnorte.
Na propriedade em que Cleiton trabalha foram destinados seis mil hectares para a soja nesta safra 2022/23. Segundo ele, já foi realizado o replante do grão em 450 hectares e outros 485 hectares também devem ser replantados.
“Não tem umidade. Só poeira. É triste. Isso aqui tem dias de luta”, diz Cleiton.
Em Brasnorte, a expectativa é semear na atual safra de soja cerca de 450 mil hectares. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Cléber José Santos Silva, há áreas ao redor que ainda não receberam as sementes.
“Além de sofrer o prejuízo na soja, por perda de produtividade, plantando o milho fora da janela vai acumular uma outra perda”.
Sementes ainda possuem vigor
A falta de chuvas na região de Brasnorte ocorre há algumas semanas, destaca o agrônomo João Pedro Ferreira Santos. Ele afirma, apesar de tudo, ser possível observar que ainda há um alto vigor nas sementes
“Ela ainda tem [vigor] para completar, dar sequência ao processo de germinação e emergência. Porém, necessita de umidade e a fase inicial de qualquer cultura é uma fase muito suscetível à estresse, no caso aqui o hídrico”, diz Santos.
Baixas temperaturas também afetam a soja
Ao contrário de Brasnorte, as lavouras de Campo Novo do Parecis sofreram recentemente com a queda de temperatura atípica em novembro. Por lá, comenta o secretário do Sindicato Rural, Rogério Silva Petry, chegou-se a registrar nove graus em alguns pontos do município.
“Para essa época é muito baixa. Para a soja é muito ruim. Esse frio fora de época acabou deixando todo mundo apreensivo, porque é notório que vem o frio e a chuva dá uma esparsada”, diz Petry.
Em Campo Novo do Parecis as projeções para a safra 2022/23 são de aproximadamente 380 mil hectares cultivados com soja.
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