Lácteos

“Grito pelo leite” no PR

Produtores tentam ações estratégicas para salvar seu negócio diante da alta histórica na importação de lácteos

mercado lácteo - setor lácteo - leite
Foto: Envato/Embrapa

Pecuaristas das principais regiões produtoras de leite do estado do Paraná estão promovendo encontros e reuniões com a intenção de sensibilizar o governo federal para oferecer medidas de apoio efetivas à cadeia produtiva. A crise da importação de lácteos pelo Mercosul se intensificou no segundo semestre do ano passado.

O setor vive um momento de desequilíbrio com a enxurrada das importações vindas de países do Mercosul. A iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção e trazer soluções. Esta semana representantes da bovinocultura de leite promoveram a segunda edição do evento “Paraná grita pelo leite” no município de Francisco Beltrão, uma das principais bacias produtoras do estado. Organizado pelo Sistema Faep Senar, pela Fetaep e pela Secretaria de Agricultura paranaense, o evento reuniu mais de 250 pessoas.

Um levantamento feito pela plataforma Agrostat, do Ministério da Agricultura, o Paraná importou 6,5 mil toneladas de leite em pó e 2023, totalizando mais de 24 milhões de dólares. A Federação da Agricultura do estado defende soluções mais efetivas contra a crise, e também incentivos para alavancar a competitividade do setor com os outros países.

“Até agora o governo federal não conseguiu achar uma forma para disciplinar, para reduzir as importações”, diz Ronei Volpi, presidente da comissão técnica de bovinocultura da leite da Faep. As importações seriam, na opinião dele, apenas um dos problemas. Outro seria a falta de competitividade do produtor brasileiro, causada por uma lista de problemas, entre eles, os impostos.

Volpi ressalta que as chances de sucesso na produção de leite no Brasil hoje está diretamente ligada a ser grande e automatizado, enquanto os pequenos ficam cada vez mais longe de obterem êxito com a atividade.Para Plano Safra 24/25, o setor encaminhou ao governo federal uma sugestão de incluir o adiamento do pagamento de empréstimos ou o refinanciamento de dívidas, preferencialmente para agricultores familiares. Segundo a Faep, não existe por enquanto sinalização de resposta e, sendo assim, os produtores terão de esperar até a divulgação oficial do Plano Safra.

(Com informações de Valéria Burbelo)

Assista a reportagem de Valéria Burbelo para o Canal Rural.