Paraná

Mercado de árvores plantadas cresce no Brasil

O setor produtivo de árvores plantadas é responsável por gerar um PIB de R$ 244 bilhões por ano no Brasil, de acordo com o anuário da IBÁ

O setor produtivo de árvores plantadas é responsável por gerar um PIB de R$ 244 bilhões por ano no Brasil, de acordo com o anuário da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), divulgado recentemente. 

A área total no país, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), é de 11 milhões de hectares.

A Região Sul concentra a maior parte dos plantios de pinus no Brasil, com destaque para o Paraná, estado que tem a maior área plantada deste gênero. 

Pioneiro em plantios florestais em larga escala, o Paraná possui atualmente 1,17 milhão de hectares plantados com árvores para fins comerciais.

Em 2021, o estado foi responsável por produzir 37,3 milhões de metros cúbicos, o que representa 25% da produção nacional, que chegou a 147 milhões de metros cúbicos de madeira em tora destinada para a industrialização.

De acordo com a Embrapa Florestas, o estado do Paraná tem capacidade para diversificar produtos e gerar maior valor agregado, resultando assim em maior competitividade. 

“O Paraná não é o maior plantador de florestas do Brasil, no entanto, é o estado que tem uma maior gama de produtos industriais. Nós fazemos produtos de tudo que é tipo e o pinus entra nessa, como uma das madeiras mais vendidas e exportadas principalmente pro setor de madeira sólida, para o setor de chapas, laminados, então ele tem uma importância muito grande. A gente tem muito emprego em cima da cadeia de produção florestal, desde o plantio até o transporte”, diz Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas

Dados do estudo setorial da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) mostram que a área de eucalipto no estado é de 449 mil hectares, correspondendo a 38% dos plantios florestais do Paraná. 

Já a maior área de pinus do Brasil está no território paranaense, 713 mil hectares, representando 60% do total.

O levantamento também mostra que, de 2020 para 2021, o estado teve um aumento de 7% na produção de pinus, passando de 23,3 milhões para 24,8 milhões de metros cúbicos de madeira em toras da espécie.

“Nós temos média de 35 metros cúbicos por hectare de crescimento anual. O Paraná produziu 116 metros cúbicos de madeira por dia no último ano. O que mostra muito do nosso setor e o quanto que o estado representa em termos de capacidade de absorção dessa demanda do mercado. O nosso setor continua com investimentos em tecnologia de melhoramento genético de nossas espécies buscando manter esse nível de produtividade”, afirma Zaid Ahmad Nasser, presidente da Apre. 

No ranking em área plantada para fins comerciais o Paraná está em terceiro lugar, atrás de Minas Gerais que ocupa a primeira posição seguido de São Paulo.

O setor florestal paranaense representa 3% do valor da produção agropecuária do Paraná e os produtos florestais somaram mais de R$ 6 bilhões em 2021. 

Álvaro Scheffer Junior, diretor da Águia Florestal, conta que a gestão dos negócios da empresa, que está localizada na região dos Campos Gerais, no Paraná, é focada nas exportações. 

Para ele, um dos fatores que gerou o impulsionamento do segmento nos dois últimos anos foi a pandemia.

Além dos embarques para a construção civil do mercado americano, os efeitos gerados pela mudança de comportamento também colaboraram para a valorização dos ativos florestais. 

Mais tempo em casa, mais compras pela internet, mais embalagens. Produtos cuja matéria prima vêm do setor florestal.

“Foram anos de um crescimento muito grande, de faturamentos extremamente altos, de tudo que a gente produzia, a gente vendeu. Esse crescimento, essa busca de novas áreas, a busca de áreas com pastagem degradada ou áreas que disponibilizam novos plantios. O setor florestal não pode querer bater de frente com o setor agrícola, com o setor de produção de grãos, então a gente acaba indo para as áreas mais marginais. São as áreas onde você não consegue ter uma produção de grãos, é onde entra a floresta e é onde ela tem que estar. São as regiões mais pobres do estado, que a gente acaba trazendo desenvolvimento e é o setor florestal que consegue fazer isso”, explica.