As entidades do setor produtivo do Paraná estão satisfeitas com o montante de recursos destinados para o Plano Safra 2023/2024, porém destacam algumas preocupações em relação à distribuição desses recursos.
As linhas de crédito voltadas para as cooperativas apresentaram uma redução expressiva, levantando preocupações quanto ao incentivo às práticas sustentáveis.
Salatiel Turra, economista e analista de desenvolvimento técnico do Sistema Ocepar, ressalta a redução nos recursos destinados ao Prodecoop e ao Procap-Agro, linhas que visam impulsionar o desenvolvimento e a dinâmica das cooperativas.
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Comparado ao plano safra anterior, o Prodecoop teve uma diminuição de 14% no volume de recursos, enquanto o Procap-Agro apresentou uma redução mais acentuada de 53%.
A redução preocupa as cooperativas, pois o setor cooperativista pleiteava recursos direcionados a essas instituições, que desempenham um papel importante na sociedade, contribuindo para o aumento de investimentos, geração de empregos e desenvolvimento dos municípios, além de trazer mais divisas para o estado.
Ana Paula Kovalski, técnica da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), destaca a preocupação em relação à regulamentação dos descontos de taxas de juros para práticas sustentáveis.
Ela questiona como as instituições financeiras comprovarão o uso de bioinsumos e remineralizadores no solo, ressaltando que é necessário uma definição clara e operacionalização eficiente para evitar atrasos na contratação de crédito.
No geral, em relação ao plano da agricultura familiar, a avaliação é positiva.
A destinação de recursos dentro do esperado, juros mais baixos para a produção de alimentos e políticas de garantia de preços são vistos como aspectos favoráveis para que os pequenos agricultores possam se manter na atividade. No entanto, a questão operacional ainda é uma preocupação.
O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Marcos Brambilla, ressalta a importância de evitar contingenciamentos durante o ano agrícola.
Ele destaca a redução das alíquotas do seguro e do Proagro, além do aumento no custo da produção e dos recursos disponíveis.
Brambilla enfatiza a necessidade de uma boa operacionalização para que os produtores que se enquadram nas linhas de crédito do Pronaf e têm acesso à assistência técnica possam continuar produzindo alimentos de qualidade. Ele destaca a importância de melhorar a produção orgânica e ampliar sua sustentabilidade.
No geral, as entidades paranaenses estão satisfeitas com os recursos destinados para o próximo ano agrícola, porém, há preocupações em relação à redução de recursos para as cooperativas, à regulamentação das práticas sustentáveis e à questão operacional.
O setor espera que as medidas sejam efetivamente implementadas para garantir o desenvolvimento e a produção de alimentos de qualidade na agricultura paranaense.
