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Agro do RS enfrenta desafios, mas deve crescer

O agronegócio gaúcho e nacional enfrentou desafios em 2023, como secas, queda de preços das commodities e insegurança jurídica

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Foto: Divulgação

O Sistema Farsul, entidade que representa o agronegócio gaúcho, apresentou nesta terça-feira (19) um balanço de 2023 e perspectivas para 2024. O evento, realizado na sede da entidade em Porto Alegre, reuniu profissionais de comunicação do estado.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, destacou que o ano de 2023 foi marcado por grandes desafios para o agronegócio, como a seca, a insegurança jurídica e a alta dos custos.

Apesar dos desafios, o agronegócio gaúcho cresceu 8,1% em 2023, de acordo com dados da Farsul. A produção de grãos, por exemplo, deve atingir 22,2 milhões de toneladas, um aumento de 10,4% em relação a 2022.

Gedeão Pereira ressaltou que o agronegócio gaúcho é um dos principais motores da economia do estado. “O agro é fundamental para o Rio Grande do Sul. É o que nos coloca no mapa do mundo”, afirmou.

O presidente do Sistema Farsul também destacou a importância da segurança jurídica para o agronegócio. “O campo não funciona com insegurança jurídica”, afirmou.

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, alertou para os riscos que o agronegócio gaúcho pode enfrentar em 2024. Entre os principais riscos, estão uma eventual recessão global, a elevação dos juros e uma eventual quebra do setor imobiliário chinês.

Da Luz orienta os produtores rurais a se prepararem para esses riscos, cortando custos, fortalecendo a liquidez e preservando o caixa.

O presidente do Sistema Farsul também voltou a se manifestar contra o reajuste de impostos. “O governo federal só pensa em aumentar tributos”, afirmou.

Gedeão Pereira defendeu a reforma administrativa como a reforma mais importante que o governo federal ainda não realizou.

Projeções para o futuro

A projeção para o ciclo 2023/24 é de que o estado colha mais de 37 milhões de toneladas de grãos, uma alta de 30,6%.

O arroz deve aumentar em 5% a produção, depois de duas quedas consecutivas, devido ao aumento de área, somando 7,4 milhões de toneladas.

No entanto, a produtividade deve ser menor, já que parte das lavouras foi plantada fora da janela ideal.

Na soja, a produção deve ser 53% maior, totalizando 19 milhões de toneladas, e no milho, um avanço de 28%, resultando em 5 milhões de toneladas.

Com isso, o valor bruto da produção do estado deve somar R$ 67 bilhões.

As projeções de safra podem mudar caso o El Niño siga forte, afetando com excesso de chuvas nas lavouras.