SOLIDARIEDADE

Arrozeiro ajuda a drenar aeroporto de Porto Alegre: ‘Trabalhamos desde cedo até tarde da noite’

Produtor em Jaguarão, Daniel Gonçalves da Silva se juntou a outros voluntários para instalar no local bombas normalmente utilizadas na cultura

produtores de arroz instalam bombas para drenar aeroporto de Porto Alegre
Foto: arquivo pessoal

Daniel Gonçalves da Silva, produtor de arroz, soja e bovinos está no momento bem longe dos campos da sua Jaguarão, cidade no sul do Rio Grande do Sul, na divisa com o Uruguai. Ao mesmo tempo, permanece fazendo algo que faz parte do seu dia a dia.

Daniel está atualmente na capital Porto Alegre, integrando uma importante iniciativa de drenagem no Aeroporto Salgado Filho. Com sua expertise em áreas de arroz irrigado, ele e outros produtores ajudaram a instalar no local bombas normalmente utilizadas na cultura e acompanham seu funcionamento. 

Sob orientação técnica do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), nove bombas foram instaladas no aeroporto. Os equipamentos foram adaptados para drenar a água represada no local, que é direcionada para áreas de bairros próximos onde não causariam transtornos.

Entrevistado no telejornal Rural Notícias, do Canal Rural, Daniel contou que esse tipo de iniciativa envolvendo produtores de arroz começou em Pelotas, onde arrozeiros e empresários locais implementaram um sistema preventivo de bombeamento após enfrentarem enchentes. 

Inspirados por essa ação, a equipe trouxe o projeto para Porto Alegre, onde Daniel se uniu a vários voluntários para instalar as bombas.

“Quando chegamos ao aeroporto, a água estava completamente parada. Com a instalação das bombas, começamos a ver a água fluir, impactando positivamente os bairros ao redor”, disse. Ele ressaltou que o trabalho é essencial não apenas para o aeroporto, mas também para as áreas adjacentes, onde essa acumula água proveniente de locais mais altos.

O impacto positivo das bombas já é visível, com um grande recuo das águas na área afetados. Apesar do progresso, o produtor admite que é difícil prever quanto tempo será necessário para que o aeroporto esteja completamente seco.

“Ainda temos mais três bombas para instalar. Nosso objetivo é retirar o máximo de água no menor tempo possível”, disse ele, destacando que a equipe começou a instalação das primeiras bombas no último sábado (24), após obter a autorização necessária dois dias antes.

Daniel agradeceu o esforço conjunto de uma construtora local, de arrozeiros e outros produtores que trabalharam incansavelmente, mesmo sob chuva e frio. “Estamos todos trabalhando de forma intensa, de manhã cedo até tarde da noite”, contou.