
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou, nesta segunda-feira (29), a terceira morte decorrente da ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol. O óbito ocorreu em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e é investigado como parte do surto de casos de envenenamento.
O primeiro caso foi registrado na capital paulista, envolvendo um homem de aproximadamente 54 anos, que apresentou sintomas no dia 9 de setembro e morreu cerca de seis dias depois.
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Já o segundo óbito ocorreu em 18 de setembro, em São Bernardo do Campo. A vítima era um homem de 48 anos, que chegou a ser transferido para hospital em São Bernardo, mas não resistiu.
Com a confirmação, sobe para três o número de mortes em São Paulo no intervalo de cerca de 25 dias, todas potencialmente associadas ao consumo de bebidas adulteradas com metanol.
Outras ocorrências e alerta das autoridades
O Ministério da Justiça, por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), registrou nove casos de intoxicação por metanol no estado nas últimas semanas, um número considerado fora do padrão por concentrar muitos episódios em curto espaço de tempo.
As autoridades reforçam que a ingestão de metanol em bebidas adulteradas configura risco grave à saúde pública, podendo causar cegueira, insuficiência de órgãos e morte, mesmo em doses relativamente pequenas.
O Ministério da Justiça (MJSP) já emitiu recomendação técnica a estabelecimentos de bebidas no estado, alertando para fiscalização rigorosa de procedência, lacres, rotulagem e rastreabilidade dos produtos.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP) emitiu uma nota na qual adverte para o aumento dos riscos relacionados à falsificação de bebidas alcoólicas. O texto afirma que essa aduterações ocorre principalmente em produtos de alto valor agregado, como whiskys, destilados premium e cachaças, e vem se intensificando nos últimos meses.
“Estamos diante de uma questão de saúde pública e de preservação da imagem do setor de alimentação fora do lar. Bebidas adulteradas podem provocar intoxicações graves e até mortes. Além de destruir a confiança do consumidor, afetam bares e restaurantes que trabalham dentro da lei”, afirma Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel SP.
Prevenção
Para reduzir os riscos e proteger clientes e negócios, a Abrasel SP recomenda que os estabelecimentos sigam rigorosamente alguns cuidados:
- Comprar apenas de fornecedores confiáveis: priorizar distribuidores legalizados e reconhecidos, que possuam sistema de distribuição próprio e seguro. Evitar compras de comerciantes ou fornecedor sem histórico sólido, principalmente quando os preços estiverem muito abaixo do mercado, pois esse pode ser um forte indicativo de adulteração, e sempre solicitar nota fiscal.
- Fazer o descarte seguro das embalagens: garrafas vazias devem ser inutilizadas (quebradas) antes do descarte, impedindo que sejam reaproveitadas por falsificadores para enganar consumidores com produtos adulterados.
A Abrasel SP defende ainda a intensificação da fiscalização governamental, principalmente no comércio irregular.
“Os falsificadores utilizam garrafas e selos originais, o que torna quase impossível identificar a fraude apenas pela análise visual. Por isso, a atuação das autoridades precisa se concentrar em barrar a produção e distribuição antes que esses produtos cheguem ao mercado”, diz Pinheiro.