Agricultura

Brasil tem estoque de fertilizantes até junho, informa Anda

De acordo com a entidade, que representa empresas de adubo no Brasil, "é prematuro" avaliar impactos da guerra no agronegócio brasileiro

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil tem estoque de fertilizantes até junho.

“O Brasil possui atualmente estoque de fertilizantes para os próximos três meses, de acordo com dados de agentes de mercado”, diz a entidade, que divulgou uma nota nesta quinta-feira (5). “Destaca-se que o volume atual encontra-se acima da média dos anos anteriores”, informa o texto.

Nesta quarta-feira (4), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o país tinha fertilizantes suficientes até o mês de outubro.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia preocupa os produtores rurais brasileiros, que importam 85% dos fertilizantes.

De acordo com nota enviada pela entidade, que representa empresas de fertilizantes no país, “é prematuro avaliar em profundidade os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro” do conflito no Leste Europeu.

Confira a nota da entidade

“A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) lamenta o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e reforça que é prematuro avaliar em profundidade os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro.

A entidade esclarece que o Brasil possui atualmente estoque de fertilizantes para os próximos três meses, de acordo com dados de agentes de mercado.

Destaca-se que o volume atual encontra-se acima da média dos anos anteriores. Registra-se que o País importa cerca de nove milhões de toneladas por ano de insumos para fertilizantes do Leste Europeu, ou seja, em torno de 25% de tudo o que compramos no exterior.

A Anda segue atenta ao fornecimento de cloreto de potássio, pois mais de dois milhões de toneladas já estavam comprometidas com as sanções anteriores à Bielorrússia. E a atenção justifica-se, dado que três milhões de toneladas de cloreto de potássio têm como origem a Rússia.

Outro ponto de atenção destacado pela Anda refere-se aos fertilizantes nitrogenados, em especial nitrato de amônio, porque importamos volume expressivo da Rússia. Com relação aos fosfatados, a dependência do Leste Europeu é menor, o que atenua os impactos de abastecimento para a safra atual.

Vale ressaltar que, embora já existam restrições bancárias que causam insegurança e dificuldades para o fluxo de pagamento, as transações estão sendo realizadas entre empresas privadas.

Outra questão acompanhada com cautela pela Anda é a logística marítima, por conta das restrições que inibem temporariamente o fluxo de navios à região do conflito, acarretando dificuldades para transportar os insumos, como registrado nas operações no Mar Negro. Nesse sentido, o mercado está buscando soluções para cenários como os que estamos enfrentando.

No caso específico da Bielorrússia, deve-se registrar que o setor já encontrava restrições, devido às sanções internacionais relativas ao posicionamento de seu governo, contestado pela maioria das ações. Dentre as sanções, a proibição do transporte de produtos bielorrussos, incluindo o potássio, pelo território da Lituânia impossibilita o acesso aos portos marítimos.

A Anda reafirma acreditar na diplomacia brasileira e segue seu compromisso em buscar atender à demanda nacional, como acontece até o momento, e continua promovendo diálogos sobre o cenário geopolítico com seus associados, setor agrícola, indústria, sociedade civil e o governo”.

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Fertilizante. Foto: Departamento de Comunicação do Sistema Faep/Senar-PR