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Etanol: governo estuda retirar impostos e criar linha para estocagem

De acordo com a ministra Tereza Cristina, produto tem grande contribuição na balança comercial e setor sucroalcooleiro não pode seguir com prejuízos

O setor de etanol no Brasil vive uma tempestade, afirmou nesta segunda-feira, 13, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Além da queda de preço por conta desta briga internacional entre Arábia Saudita e Rússia, tem a queda na demanda, de cerca de 60%, segundo dados da Datagro em plena época de colheita da cana-de-açúcar”, afirmou a ministra em entrevista à TV Bandeirantes.

Diante desse cenário, Tereza Cristina afirmou que o governo estuda um pacote de auxílio ao setor. “Ao total, são três pedidos. O primeiro deles é o aumento da Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico] para gasolina, e retirada dos tributos PIS/Cofins para o etanol por um período, com o objetivo de ajudar usinas de cana-de-açúcar em tempos de coronavírus. Outro pedido é uma linha de crédito para um ano de estocagem para açúcar e etanol”, disse.

“Estou em conversa com o Banco Central e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para fazer um ano de estocagem do produto. O grande desafio são os juros. Os banco estão sem apetite e estão vendo risco em tudo e não baixando os juros como o governo está fazendo. Vemos juros de 9% a 12% e isso é exorbitante”.

Para ela, o produto contribui muito para a balança comercial brasileira e não se pode deixar o setor com prejuízos e ‘sem a mão do estado’.

“Assim como fizemos com os pequenos agricultores, vamos socorrer o etanol. Esse assunto não é só do Mapa [Ministério da Agricultura], mas é também um problema do Ministério de Minas e Energia, que tem uma preocupação muito grande com o setor. Acho que nesta semana tenho resultado [solução] para o setor, para que possa colher a cana e planejar as próximas safras”, afirmou Tereza Cristina.