Cultivar de capim gera mais de R$ 75 milhões para pecuária no Sul

Resultado foi apresentado em estudo feito por especialistas da Embrapa

Fonte: Divulgação/Embrapa

Os benefícios econômicos gerados com a cultivar de capim-sudão BRS Estribo, lançada em 2013, têm entusiasmado pecuaristas e produtores de leite na região Sul do País. Somente no ano de 2015, foi gerado um ganho adicional de R$ 77 milhões, somadas a venda de carne, a economia nos custos de produção de leite e a venda de sementes. Resultado foi apresentado em estudo feito por especialistas da Embrapa. Os pesquisadores se basearam em entrevistas feitas com produtores de gado de corte e leite que adotaram o BRS Estribo.

Desenvolvida em parceria entre a Embrapa Pecuária Sul (RS) e a Associação Sul-Brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageiras (Sulpasto), a cultivar BRS Estribo é uma forrageira anual de verão e que apresenta maior rusticidade e ciclo mais longo, o que a coloca em vantagem diante do milheto e do sorgo forrageiro, espécies mais comumente usadas como pastagem de verão na região Sul do Brasil. 

De acordo com o Relatório Anual de Avaliação dos Impactos das tecnologias geradas pela Embrapa no ano de 2015, a área plantada com o capim-sudão BRS Estribo totalizou 340 mil hectares, tanto em áreas de produção de carne como para leite. 

Ao se considerar somente o valor gerado com a produção de carne, os dados mostram que cada hectare em que foi utilizada a tecnologia BRS Estribo conseguiu-se produzir, em média, 24 quilos a mais que o proporcionado pela forrageira anteriormente utilizada pelo produtor: o sorgo forrageiro. Segundo dados da Emater, o preço do boi vivo custava na época R$ 5,30. Esse número multiplicado pelos 310 mil hectares plantados gerou um ganho adicional de R$ 36 milhões somente em carne.  

Já na bovinocultura de leite, as cifras se referem à economia de custos proporcionada pela forrageira BRS Estribo. Com o ciclo mais longo desta cultivar, os produtores de leite puderam reduzir os custos com ração. Em um universo de 30 mil hectares plantados, a troca de forrageira resultou em um valor próximo a R$ 24 milhões. “Isso significa que os produtores deixaram de gastar esse valor com concentrados e outros suplementos alimentares, devido ao uso mais prolongado da BRS Estribo e à maior produção de massa forrageira ao longo do ciclo de verão”, explica o pesquisador Jorge Sant’Anna, responsável pela elaboração da análise socioeconômica do Relatório de Impactos das tecnologias produzidas pela Embrapa Pecuária Sul.