Milho

Milho: Argentina libera exportação mas com limite de 30 mil toneladas/dia

Apesar de o governo ter voltado atrás, entidades do agro decidiram paralisar vendas por 72 horas para protestar contra restrições nos embarques

O agronegócio da Argentina pressionou o governo local e conseguiu reverter a suspenção das exportações de milho. Em comunicado oficial nesta segunda-feira, 11, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação afirmou ter chegado a um consenso com o Conselho Agroindustrial Argentino (CAA) e outras entidades.

“Foram firmados acordos entre os diferentes atores da cadeia agroindustrial dessa matéria-prima e o compromisso dos licitantes em abastecer o mercado com fluidez até que comece a safra 2020/21. Compromisso aceito pelos setores das cadeias produtivas de alimentos”, diz a pasta.

Diante disso, o governo anulou temporariamente a medida de suspensão de registros de vendas ao exterior. Porém, ainda preocupadas com o abastecimento interno, as autoridades acharam por bem estabelecer o limite de 30 mil toneladas embarcadas por dia. “Ficam fora desse critério as variedades flint e orgânicas NOP”, informa.

Greve mantida

Apesar de a liberação das exportações, Confederações Rurais da Argentina (CRA)Sociedade Rural Argentina (SRA) e Federação Agrária Argentina (FAA) ratificaram neste domingo, 10, que a greve anunciada na semana passada está mantida. Produtores ligados a essas entidades pretendem não comercializar milho desta segunda-feira até 23h59 da quarta-feira, 13.

“Pedimos responsabilidade e solidariedade dos produtores para que a medida seja um apelo, que o mal-estar que existe no campo seja conhecido como resultado de um somatório de decisões governamentais que se acumulam desde o ano passado e que deterioram o potencial campo produtivo”, dizem a CRA, em nota.

A entidade reforça que o objetivo da paralisação não é prejudicar ninguém, nem causar escassez de grãos ou aumento de preços. “Queremos que fique claro que o fechamento das exportações de milho e as demais decisões desfavoráveis ​​que afetam a produção do campo argentino também deterioram o futuro do país”, diz.

Outras medidas para ajustar a oferta de milho

O governo argentino mantém o alerta para a importância de garantir o fornecimento de milho para as cadeias de processamento de alimento que garantem comida na mesa da população. “Nesse sentido, a CAA também manifestou preocupação semelhante, acertando um cronograma de trabalho, a partir da próxima terça-feira, 12, para trabalhar propostas de desvinculação dos preços internacionais dos domésticos”, comunica o ministério.