Milho

Milho: exportação cai 61,5% no 1º semestre; veja a tendência para o ano

De acordo com analista da StoneX, o recuo do primeiro semestre está relacionado ao menor estoque de passagem e à demanda interna aquecida

O milho foi um destaque negativo na pauta de exportações do primeiro semestre, com um grande recuo de 61,5% no volume, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Destaca-se que, na última semana de junho, houve um início de reação, com aumento do volume na comparação com as primeiras semanas de junho e com abril e maio.

Agora, a grande questão é se os embarques podem se recuperar no segundo semestre. A média dos últimos anos para o período é de 22 milhões de toneladas. Dessa forma, se em 2020 esse ritmo for mantido, o total do ano seria de 25,2 milhões de toneladas, queda de 41% em relação a 2019. Porém, a expectativa geral dos analistas é de 32 a 34 milhões de toneladas na segunda metade do ano, o que resultaria em 35 a 37 milhões de toneladas exportadas, mas ainda abaixo das 42,7 milhões embarcadas em 2019.

O analista da StoneX Etore Baroni projeta total entre 34 e 35 milhões de toneladas exportadas no acumulado deste ano. Segundo ele, o recuo do primeiro semestre pode ser explicado pelo fato de que a safra de verão foi muito próxima do ano passado, assim o estoque de passagem entre 2019 e 2020 ficou muito baixo. Com a demanda interna firme, houve pouca disponibilidade para exportação.

grafico milho 1

Baroni explica que é natural o movimento de exportação de milho ganhar força no segundo semestre, pois o Brasil é exportador da segunda safra, de forma que no primeiro semestre, o destaque fica para os embarques de soja. A colheita da safrinha do cereal está um pouco atrasada em relação à média, mas a tendência é de ganhar força ao longo de julho.

O analista considera que as projeções atuais são perfeitamente alcançáveis, pois já há praticamente 70% da safrinha atual comercializada, e perto de 23% da referente ao próximo ano, considerando mercado interno e externo. Essa inclusive é a comercialização mais adiantada já vista historicamente, de acordo com Baroni. Portanto, dentro do volume total projetado até o final do ano, há cerca de 26 a 27 milhões de toneladas já negociadas, indicando grande possibilidade de o volume embarcado atingir as previsões.

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Gráfico: StoneX