Milho

Milho: JBS importa 30 navios da Argentina para suprir demanda após quebra na safra

De acordo com a empresa, o preço do cereal importado está entre R$ 15 e R$ 20 por saca, mais competitivo do que no mercado doméstico

milho
Foto: Portos do Paraná

A JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, informou que importou 30 navios de milho da Argentina. De acordo com a empresa, o cenário climático adverso causou uma quebra na produção nacional, que está sendo compensada fortemente pela redução das exportações e maior área plantada no centro oeste.

“A excelente safra na Argentina tem dado oportunidade para importação com preços mais competitivos. Em média, o preço do milho importado está entre R$ 15 a R$ 20 por cada saca de 60 kg, mais competitivo que o mercado doméstico, tanto para região Sul, quanto Sudeste”, disse a companhia em nota oficial.

Ainda de acordo com a empresa, do total de milho utilizado para alimentação de aves e suínos na produção da JBS e Seara no Brasil, a importação já representa 25% do consumo com volumes superiores a um milhão de toneladas.

“Acreditamos que o Brasil deixará de exportar 15 milhões de toneladas e deverá importar pelo menos 4 milhões. Com a boa oferta de milho da Argentina a preços mais competitivos, acreditamos que é questão de tempo para que o mercado doméstico equalize os seus preços com o mercado de importação”, informou a JBS.

Asgav

O presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, sustenta que outras empresas também já compraram milho da Argentina. Mas afirma que essa importação expressiva da JBS representa um avanço considerável e um indicativo de mudanças no cenário do milho nos âmbitos estadual e nacional.

“No Rio Grande do Sul, já temos diferimento de ICMS de países do Mercosul concedido pelo governo do estado e, no Brasil, a reposição de estoques dessas grandes empresas por meio da compra de milho de outros países, diminui a procura e a aquisição interna”, afirma.

Santos diz ainda que esse movimento pode aliviar a pressão, aferir mais flexibilidade de negociação e marcar o início de uma série de operações volumosas envolvendo a compra internacional de milho. “Também, em breve, teremos os cereais de inverno, como trigo e triticale, que serão usados para a ração animal, alternativa que também vai complementar a estrutura do mercado de milho”, complementa.

Segundo Santos, a Asgav vem pleiteando, em audiências públicas e reuniões com
entidades ligadas ao tema, a remoção dos entraves operacionais para importação de milho,
incentivo aos grãos alternativos de inverno, uso dos recursos do plano safra para armazenagem pela indústria e isenção de PIS/Cofins nas importações de milho para indústrias e produtores que possuem o sistema drawback (recompra).