Milho

Seca no RS: pedidos de seguro para o milho aumentam quase 900%

Segundo o Banco do Brasil, o número de comunicados de sinistros no cereal saltaram de nove na safra 2018/2019 para 89 até agora

Lavoura de milho
Segundo a Secretaria da Agricultura do estado, esta é a pior seca desde a safra 2012/2013. Foto: Alzir Pimentel/ Arquivo pessoal

No Rio Grande do Sul, o número de sinistros comunicados ao Banco do Brasil, ocasionados pela seca, subiu 14% na comparação com a temporada 2018/2019. Os dados, enviados com exclusividade ao Canal Rural, indicam que só até a sexta-feira, 10, o total de casos que haviam sido registrados chegava a 211. Na safra passada inteira, o número de incidentes gerados pela falta de chuva foi 185.

Segundo a instituição financeira, a situação é mais complicada para produtores de milho. Até o momento, 89 comunicados foram realizados, contra nove incidentes na safra 2018/2019 toda. Isso significa que para o cereal, os casos de sinistros no estado gerados pela seca subiram 888%.

Na soja, o cenário é um pouco diferente. No ciclo passado, produtores rurais fizeram 176 comunicados de perdas pela falta de chuva, contra 122 casos até a sexta-feira. No entanto, o número deste ciclo pode aumentar mais ainda, já que a safra 2019/2020 ainda não terminou.

Fonte: Brasilseg

Dados gerais

Até a quinta-feira, 9, produtores do Rio Grande do Sul comunicaram 5.551 sinistros gerados pela seca para as companhias seguradoras e instituições financeiras que operam o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) e o Proagro, conforme levantamento feito pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Dados das seguradoras mostram que foram 2.829 acionamentos do seguro rural. Do total, 291 foram para o milho, 1.320 para a uva e 1.218 para vistoria de lavouras de soja (boa parte para replantio). No Proagro, foram registrados 2.722 comunicados de perdas, sendo 1.824 em milho, 529 em soja e 369 no feijão.

Seca no Rio Grande do Sul

Segundo a Secretaria da Agricultura do estado, esta é a pior seca desde a safra 2012/2013. “Historicamente, a cada dez anos, em sete deles nós tivemos algum comprometimento do potencial produtivo das lavouras e das pastagens em função de alguma restrição hídrica. Apesar disso, desde a safra de 2012/2013 para cá, não tivemos uma estiagem que causasse um prejuízo maior na nossa produção”, afirmou o secretário em exercício da pasta, Luiz Fernando Rodrigues Júnior.

Segundo ele, a redução hídrica em algumas regiões do Rio Grande do Sul já chegou a 70%. A secretaria também deve encaminhar medidas de emergência para mitigar os efeitos da estiagem no estado, solicitando ao Ministério da Agricultura a prorrogação do zoneamento das culturas afetadas pela seca. Um representante da pasta deve ir ao estado nos próximos dias para checar pessoalmente a situação.

O último boletim da Defesa Civil, divulgado neste sábado, 11, indicou que 39 municípios já sinalizaram, de alguma maneira, que estão sofrendo com a estiagem. Destes, 31 tiveram a situação de emergência decretada. De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), as perdas na soja já chegam a 13% enquanto no milho, a projeção é que queda de 33% na produção. No entanto, há casos de produtores rurais com estimativas de prejuízos maiores.

Previsão do tempo: nem sequência de frentes frias reverte quadro de seca

Neste fim de semana, a frente fria que estava no estado se afasta, mas os resquícios do sistema e também a ação de um corredor de umidade mantêm as nuvens de chuva sobre a região.

No norte, noroeste e Missões, são esperados os maiores acumulados de chuva. “Essa chuva não é contínua e ocorre intercalada com períodos de sol e calor. Por isso segue as condições para temporais localizados”,  a meteorologista Patrícia Vieira, da Somar.

No restante do Rio Grande do Sul, a chuva perde intensidade e são esperados baixos acumulados e de forma isolada. Inclusive, no extremo sul do estado, o avanço de uma massa de ar seco na retaguarda da frente fria já começa a limpar o tempo e trazer preocupações novamente para os produtores rurais.