Agricultura

Receita com exportação de tabaco do RS deve subir 10%

Setor ainda enfrenta problemas logísticos

As exportações de tabaco do Rio Grande do Sul devem fechar este ano com volume semelhante ao da safra passada, mas a receita deve subir 10%. Segundo o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), o setor ainda enfrenta problemas logísticos.

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O beneficiamento do tabaco seco da safra 21/22 já está na reta final na indústria. E o setor projeta exportar o mesmo volume do ciclo anterior, que foi de quase 465 mil toneladas, podendo ter uma variação de 2% para mais ou para menos. Em faturamento, a projeção é de alta, sendo que na temporada passada foram mais de US$ 1,4 bilhão.

“Se considerar o que a gente exportou até agora, acredito que esta pesquisa, que foi feita junto às empresas, tenha sido um pouco conservadora, principalmente porque os problemas de logística, oferta de navios e contêineres continua ainda neste ano. Em função disso, é bem provável que as empresas tenham sido mais conservadoras”, avalia Iro Schünke, presidente do Sinditabaco.

“Em valores, acredito que devemos exportar mais do que os 10% previstos” — Iro Schünke

O representante da entidade acredita que os últimos dados divulgados animam os produtores. “Mas olhando os números do fim de agosto nos dá a impressão que vamos ultrapassar os números da pesquisa”. Otimismo que, segundo Schünke, se dará principalmente no aspecto financeiro. “Em valores, acredito que devemos exportar mais do que os 10% previstos.”

Produção de tabaco no Sul

tabaco, fumo
Foto: Afubra

De acordo com o Ministério da Economia, de janeiro a agosto deste ano, a região Sul, maior produtora de tabaco do país, já exportou 345 mil toneladas, volume 15% maior no comparativo com o mesmo período de 2021. E as divisas somaram US$ 1,3 bilhão, o que representa crescimento de 45% ante os oito primeiros meses do ano passado. Somente no Rio Grande do Sul, o tabaco representa cerca de 24% da balança comercial.

O Brasil mantém 30 anos de liderança na exportação de tabaco para mais de 100 países. Entre os maiores importadores estão Bélgica, China e Estados Unidos. A presença do produto em localidades espalhadas por todo o mundo é sinal de qualidade, reforça o presidente do Sinditabaco.

“O Brasil tem uma vantagem em relação a outros países, pois está bem mais avançado na sustentabilidade” — Iro Schünke

“A gente tem conseguido fazer isto porque a gente tem repetido anualmente uma qualidade de um produto que atende bem aos clientes”, comenta Schünke. “Uma integridade do produto com um tabaco limpo de impurezas químicas e físicas. E o Brasil tem uma vantagem em relação a outros países, pois está bem mais avançado na sustentabilidade da cadeia produtiva.”