Soja

Acordo entre EUA e China ameaça exportação de soja do Brasil, diz Abiove

Além disso, para André Nassar, presidente da associação, o governo precisa manter uma agenda para tentar fomentar a exportação de milho para os chineses

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Foto: Pixabay/Montagem: Canal Rural

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, afirmou que a aproximação entre Estados Unidos e China, com o acordo assinado entre os dois países, ameaça a exportação de soja do Brasil. Segundo ele, o temor é com a parcela da safra 2019/2020 que ainda não foi negociada.

Nassar estima que, nesta época do ano, 60% da produção costuma estar comercializada no país. “Pode ter dificuldade de venda de parte da safra”, afirmou. A Abiove prevê produção de 123 milhões de toneladas neste ano, ante 120 milhões de toneladas em 2019.

A declaração foi dada durante evento em Brasília para avaliar os efeitos do aumento da tabela de frete sobre o setor. Até agora, a previsão da associação era de exportação de 75 milhões de toneladas em 2020. Contudo, segundo Nassar, “há uma incerteza no ar”. “Temos que tomar muito cuidado. Se não ficarmos muito próximos da China, algo muito ruim vai acontecer. Na hora que chegar um entendimento com os Estados Unidos, pode afetar a nossa exportação”, afirmou Nassar.

A Abiove também defende que o governo mantenha uma agenda para tentar fomentar a exportação de milho para os chineses. Atualmente há uma série de restrições sanitárias que impedem a venda do produto para a China. Contudo, mesmo nesse caso, a melhora na relação sino-americana pode pesar.

“Havia um interesse grande dos chineses em negociar com o Brasil. Com a guerra comercial, [a China] terá os Estados Unidos como potencial fornecedor”, disse.