Soja

Membros de quadrilha que desvia cargas de grãos há 10 anos são presos

Criminosos aliciavam caminhoneiros para desviar as cargas do destino final; grãos recebiam notas falsas e eram vendidos a terceiros

A Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação NPR nesta terça-feira, 8, com cumprimento de ordens judiciais nas cidades de Iraí e Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, e Xanxerê, em Santa Catarina. A operação investiga organização criminosa que furta cargas de grãos, especialmente de soja.

“Durante as investigações se verificou que a estrutura criminosa pratica este tipo de crime há muitos anos, com inúmeros casos relatados”, informa a PC.

Segundo as autoridades, a quadrilha apresenta sempre o mesmo modos operandi: motoristas de caminhão são aliciados pelo bando, eles carregam os caminhões com os grãos e não entregam no destino final. Os criminosos trocam as notas fiscais originais por notas de produtor rural “frias”, para que a carga seja vendida a terceiros.

Na primeira fase da operação, foram presos quatro indivíduos. Nesta terça-feira, 8, foram presas preventivamente duas pessoas em Iraí (RS), além do cumprimento de mandado de prisão de um individuo que já está preso por tráfico de drogas.

Os suspeitos presos em Iraí possuíam um silo de armazenagem, o qual servia para a troca de caminhões transportadores de soja e da nota fiscal. Já o indivíduo preso em Xanxerê (SC) trabalhava em uma oficina de reparos de freios de caminhão e se aproveitava disso para aliciar motoristas.

Policial civil na frente de caminhão usado para transportar cargas de grãos furtadas
Foto: Polícia Civil

Ainda, foram cumpridos mandados de busca em Iraí e Frederico Westphalen, acerca de indivíduos que emitiram notas de produtor rural supostamente sem lastro, contribuindo para o êxito da quadrilha.

“Há indícios de que este crime é praticado desta forma há mais de dez anos, com prejuízos patrimoniais não estimados, mas certamente de grande monta, haja vista que o valor de uma única carga de grãos costuma aproximar-se de R$ 70 mil a R$ 100 mil”, informa a Polícia Civil.