Agricultura

VBP: mais da metade do faturamento do agro vem de soja, boi e milho

Além disso, segundo o Ministério da Agricultura, cerca de 40% do valor da agropecuária está concentrado em Mato Grosso, Paraná e São Paulo

O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária bateu recorde em 2020, chegando a R$ 871,3 bilhões. As duas maiores commodities agrícolas, a soja e o milho, representaram 39,4% do total, com R$ 243,67 bilhões e R$ 99,45 bilhões, respectivamente. Na pecuária, destaca-se a bovinocultura de corte, que representa 14,5% do total, com R$ 126,32 bilhões. Ou seja, as três principais produções do país representam mais da metade (53,9%) do VBP do setor.

De acordo com nota técnica da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, os produtos que mais contribuíram para o resultado do ano passado foram  justamente o milho, com crescimento real de 26,2%; soja, com 42,8%; e a carne bovina, com 15,6%.

Entre os estados, os três maiores em VBP do agro são Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Juntos, eles somam 41% do total, com R$ 357,8 bilhões.

Por que o VBP cresceu puxado por esses produtos?

No ano passado, as exportações de grãos e de carne bovina registraram forte crescimento em relação a 2019. O dólar mais alto e a demanda internacional aquecida em meio à pandemia da Covid-19 aumentaram a procura pelos produtos brasileiros.

Além do valor gerado em dólar, os preços no mercado interno e o crescimento da produção na safra 2019/2020 foram determinantes para os resultados do VBP no ano passado, segundo o coordenador da pesquisa do VBP, José Garcia Gasques.

Mas, afinal, o que é VBP?

O Valor Bruto da Produção da agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.

Ele é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas. A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.