Agricultura

Vendas de máquinas agrícolas e tratores recuam 7% por falta de peças

Fenabrave aponta que a indústria continua sofrendo com a falta de componentes devido à pandemia, por isso não consegue suprir a demanda crescente

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Foto: Governo federal

A venda de tratores e máquinas agrícolas em agosto de 2020 somaram 3.983 unidades, queda de 6,96% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidas 4.281 unidades, informa a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em relação a julho deste ano, em que se registrou 4.417 vendas, o recuo foi mais expressivo: 9,83%.

O recuo na comercialização surpreende por se tratar de um ano com perspectiva de safra de grãos recorde, com demanda aquecida por máquinas e equipamentos. O problema não está na ponta compradora, segundo a entidade, mas na indústria. As montadoras estão sofrendo com a falta de peças e componentes e, como resultado, não conseguem suprir a demanda.

“Em função da expectativa de crescimento de área plantada, de 2,5%, para a safra 2020/2021, estamos observando antecipação de venda da safra, a mercado futuro, já travando o preço dos produtos, o que garante rentabilidade. Esse aumento de confiança, dos produtores rurais, eleva a intenção de compra de tratores e máquinas agrícolas. No entanto, há problemas de fornecimento de componentes e limitação na produção – pelo distanciamento social nas fábricas, o que prejudica o atendimento à crescente demanda”, afirma o presidente da Fenabrave, Alarico Júnior.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, a queda foi de 5,17% contra o mesmo período de 2019. Em 2020, foram comercializadas 26.662 unidades, contra 28.117 em 2019.

Caminhões 

O cenário negativo também reflete no  segmento de caminhões, que continua enfrentando um gargalo na produção. Pela falta de produtos, os emplacamentos caíram 8,29%, saindo de 8.081 unidades em agosto para 7.411 em setembro. Comparado a setembro de 2019, o resultado foi de queda de 20,31%.

No acumulado de janeiro a setembro, os resultados de 2020 ficaram 16,21% abaixo de igual período do ano passado.

“O mercado de caminhões continua com uma forte demanda, em todos os seus subsegmentos, e não foi melhor pelos problemas gerados na produção, causados, ainda, pela falta de componentes e pela baixa capacidade de produção nos seus principais fornecedores. Com relação ao crédito, notamos uma boa oferta, com a manutenção de taxas abaixo de 1% e aprovação de 8 para cada 10 solicitações. Com isso, vem crescendo o número de pedidos para 2021”, comenta Assumpção Júnior.