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Exportação brasileira de café soma 3,4 milhões de sacas em setembro

Volume representa crescimento de 4,5% na comparação com 2021; receita cambial foi de US$ 805,5 milhões, recorde para o mês

Os embarques brasileiros de café totalizaram 3,386 milhões de sacas de 60 kg em setembro deste ano, implicando alta de 4,5% em relação aos 3,240 milhões remetidos ao exterior no mesmo intervalo de 2021.

Em receita, o desempenho é recorde para os meses de setembro, com o ingresso de US$ 805,5 milhões, ou avanço de 49,8% no mesmo comparativo anual.

Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

A performance reflete um maior ingresso dos cafés arábicas da nova safra, que contrabalança a intensa demanda das indústrias nacionais pelos cafés canéforas (robusta + conilon), conforme análise do presidente da entidade, Günter Häusler.

“As exportações de arábica subiram 18% ante setembro de 2021 e registraram o segundo melhor patamar dos últimos cinco anos. Assim, no total, a queda nos envios de conilon e robusta foi compensada, gerando um fechamento positivo no mês passado”, avalia.

Com o desempenho atual, as exportações no acumulado dos três primeiros meses do ano safra 2022/23 chegaram a 8,742 milhões de sacas, rendendo US$ 2,074 bilhões no período, ou o melhor desempenho nos últimos cinco anos.

Na comparação com o intervalo de julho a setembro de 2021, os números apresentam recuo de 2,7% em volume, mas incremento de 48,9% em receita cambial.

Em 2022

No acumulado de janeiro ao fim de setembro deste ano, as exportações brasileiras de café somaram 28,748 milhões de sacas, aferindo leve recuo de 3,9% frente aos 29,927 milhões registrados nos nove primeiros meses de 2021.

Já a receita cambial é recorde, com os embarques rendendo US$ 6,730 bilhões até o momento, montante que representa ganhos significativos de 60,4% ante os US$ 4,197 bilhões apurados entre janeiro e setembro do ano passado.

“As exportações de café arábica tiveram o melhor desempenho nesse intervalo de nove meses dos últimos cinco anos, contribuindo para mitigar a queda em volume até o momento. Já o recorde em receita cambial no agregado de 2022 reflete a taxa de câmbio favorável e o bom nível do preço médio do embarque, que avança 67% ante 2021 e chega a US$ 234,12 por saca”, comenta Häusler.

Em contrapartida, mesmo com a melhora pontual no cenário, o presidente do Cecafé recorda que os gargalos na logística seguem desafiadores.

“Não me canso de elogiar o trabalho das empresas exportadoras, que, diante de uma realidade muito aquém da normalidade no comércio marítimo global, com encarecimento de custos, menor disponibilidade de contêineres, congestionamento em portos da América do Norte e Europa, falta de bookings, rolagens de cargas, entre outras adversidades, seguem se desdobrando e mantêm o Brasil como um leal fornecedor de café em volume, qualidade e sustentabilidade, mesmo com o aumento dos entraves logísticos em setembro”, completa.

Destinos

Os Estados Unidos lideram o ranking das exportações nacionais de café, entre janeiro e o fim de setembro, com a importação de 5,853 milhões de sacas, volume 2,3% superior aos 5,721 milhões comprados no mesmo intervalo de 2021. Esse volume corresponde a 20,4% dos embarques totais do Brasil neste ano.

A Alemanha, com representatividade de 17,7%, importou 5,097 milhões de sacas (+1,4%) e ocupa o segundo lugar na tabela. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 2,393 milhões de sacas (+17,3%); Bélgica, com 2,293 milhões (+12,5%); e Japão, com a aquisição de 1,363 milhão de sacas (-27,5%).

Entre os 10 principais destinos dos cafés do Brasil nos nove primeiros meses deste ano, somente os nipônicos reduziram o volume importado na comparação com 2021.

A Colômbia, sexto lugar no ranking, elevou em 32,5% as aquisições do produto, que somam 1,150 milhão de sacas, sendo acompanhada por Espanha (7º), com alta de 25,4%; Holanda (8º), com substancial evolução de 81,5%; Turquia (9º), com avanço de 6,1%; e Coreia do Sul (10º), com crescimento de 26,1%.

Tipos de café

O café arábica segue como o mais exportado no acumulado de 2022, com a remessa de 24,673 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 85,8% do total.

Já o café solúvel registrou embarque equivalente a 2,820 milhões de sacas, respondendo por 9,8%.

Na sequência, aparecem a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 1,220 milhão de sacas (4,2%), e o produto torrado e torrado e moído, com 34.619 sacas (0,1%).

Os cafés com qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis respondem por 18,2% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e setembro deste ano, com o envio de 5,224 milhões de sacas ao exterior, montante que representa leve queda de 0,5% na comparação com os 5,248 milhões de sacas no mesmo período de 2021.

O preço médio desses cafés diferenciados é de US$ 281,90 por saca até o momento, proporcionando uma receita de US$ 1,473 bilhão nos nove meses, o que corresponde a 21,9% do obtido com os embarques totais.

No comparativo anual, o valor é 52,4% maior do que o apurado no mesmo intervalo anterior.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados de janeiro a setembro deste ano, os Estados Unidos estão na ponta, com a importação de 1,211 milhão de sacas, o equivalente a 23,2% do total desse tipo de produto exportado.

Na sequência, vêm Alemanha, com 916.718 sacas e representatividade de 17,5%; Bélgica, com 658.023 sacas (12,6%); Itália, com 335.171 sacas (6,4%); e Japão, com 246.903 sacas (4,7%).