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Aproximação entre EUA e China é ruim para o Brasil? Veja a análise de Miguel Daoud

Para o comentarista, a China continuará com alta demanda por alimentos e Brasil é um dos poucos países com capacidade para atender essa demanda

A partir da vantagem de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, segundo a imprensa norte-americana, as relações comerciais entre americanos e chineses podem mudar, mas sem trazer impacto negativo para o Brasil, que é o principal fornecedor agropecuário do país asiático. A análise é feita pelo comentarista do Canal Rural Miguel Daoud.

“Não concordo com algumas análises que falam da China priorizar as importações dos EUA em relação ao Brasil. O futuro do agro brasileiro é bastante promissor em relação ao crescimento da economia chinesa. Eles continuarão demandando produtos agropecuários, e o Brasil é um dos poucos países com capacidade para atender essa demanda”, afirma Daoud.

Em sua fala, o comentarista lembrou que, enquanto o agronegócio representa 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos, esse percentual para um patamar superior a 20% no Brasil, um fato que privilegia o produtor brasileiro. “Com um plano para incentivar o consumo para mais de 300 milhões de pessoas, a China dará preferência para compras de maior valor agregado, mantendo o foco na aquisição de commodities. Nesse sentido, o Brasil aparece com grande potencial para atender essa demanda, e seguirá como grande fornecedor de alimentos.

O comentarista pondera, no entanto, que o Brasil terá que se adequar a algumas exigências do mercado externo para seguir com o protagonismo nos produtos agropecuários. “Caso seja confirmada a eleição do Biden, ele vai colocar em sua agenda questões ambientais. Os EUA podem voltar ao Acordo de Paris e cobrar ações do Brasil nesse sentido. É importante mostrar a força das nossas reservas naturais, mas sem deixar de lado a nossa soberania sobre a Amazônia”, ressalta.