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Avanço da Covid na Europa faz dólar fechar em alta de 2,12%

O aumento de casos da doença na Europa e Ásia aumentam as incertezas em relação à recuperação econômica global

O dólar comercial fechou em forte alta de 2,12% no mercado à vista, cotado a R$ 5,4770 para venda, em sessão de aversão ao risco no exterior em meio à escalada da segunda onda da Covid-19 na Europa e na Ásia, elevando as incertezas em relação à recuperação econômica global. Aqui, as preocupações fiscais levaram investidores à proteção, às vésperas de um feriado em São Paulo, o que fechará a bolsa brasileira (BC).

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que a moeda acompanhou o exterior, operando majoritariamente em alta ao longo da sessão, com a aversão ao risco que prevaleceu no exterior diante da alta dos casos da Covid-19 no mundo.

“Além de um movimento de proteção interno, em função do risco fiscal do governo, diante da possibilidade da volta do auxílio emergencial”, acrescenta. Na semana marcada pela posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no qual retirou o foward guidance (orientação futura) sobre a manutenção da taxa Selic, a moeda avançou 3,32%.

Na próxima semana, encurtada pelo feriado na capital paulista na segunda-feira, no qual fechará a bolsa de valores brasileira (B3), a agenda de indicadores estará mais robusta ao longo da semana, com atenções voltadas à ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nesta semana.

“O Copom deverá detalhar sua leitura sobre os choques de inflação de curto prazo e sobre seu balanço de riscos. Já a prévia da inflação [IPCA-15] de janeiro deve mostrar descompressão”, avalia a equipe econômica do Bradesco.

A equipe econômica do banco Fator reforça que, como pano de fundo, será uma semana decisiva para a eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. “Sinais sobre a postura de cada candidato em relação ao teto de gastos, formal ou informal, podem sacudir o mercado como ocorreu nesta semana”, comenta.

O analista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, reforça que a política deve gerar mais volatilidade e depreciação aos ativos domésticos ao longo da semana por conta do quadro de instabilidade.

“O atual cenário político é marcado não apenas pela perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, mas pelos sinais de espaço legislativo para aumento de gastos”, diz. Isso após as declarações dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ao longo da semana sinalizando que defendem a extensão do benefício.

No meio da semana, tem ainda a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “O tema ‘reflação’ tem dominado as conversas e o Comitê do Fed já disse que os juros não sobem até 2023. Está chegando a hora da autoridade monetária anunciar que pode reduzir o ritmo de compra de ativos”, finalizam os economistas do Fator.