Bacon, copa e presunto de carne ovina são desenvolvidos pela Embrapa

Segundo pesquisadora, o projeto nasceu com a constatação de que praticamente só existia mercado para a carne de cordeiro

Fonte: Reprodução/Embrapa

Presuntos crus defumados e não defumados, copas, presuntos cozidos, mortadelas, hambúrgueres e até bacon. Esses são alguns dos produtos feitos a partir de carne ovina − cordeiros, borregos, ovelhas e carneiros − desenvolvidos pela Embrapa Pecuária Sul (RS) para o  projeto Aproveitamento Integral de Carne Ovina (Aprovinos), que avalia alternativas para levar ao mercado novas opções de consumo deste tipo de carne. 

De acordo com a coordenadora do projeto, a pesquisadora da Embrapa Élen Nalério, todos esses produtos são feitos com categorias animais com pouco valor comercial hoje, como ovelhas mais velhas e de descarte, porém ainda com bastante qualidade nutricional. A inspiração para o desenvolvimento dos produtos veio de derivados de carne suína, que são muito apreciados pelo consumidor. 

Élen afirma que o projeto nasceu com a constatação de que praticamente só existia mercado para a carne de cordeiro, que é o animal jovem, com menos de um ano de idade. “Outras categorias animais têm pouco apelo comercial e mesmo o cordeiro, geralmente, é vendido em peças grandes e congeladas, de difícil manuseio para o dia a dia”, disse em entrevista ao portal da Embrapa.

Para chegar a esses produtos, foram três anos de pesquisas em áreas como processo de salga e de cura. De acordo com a Embrapa, como são inéditos no mercado, foi preciso partir de produtos similares de outros animais para chegar a processos que garantissem a qualidade, sabor e segurança para o consumidor.  

Bom potencial nacional

O consumo de carne ovina ainda é baixo no País, principalmente se compararmos com outras proteínas animais. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), o consumo per capita atualmente é de cerca de 400 gramas anuais, enquanto que o brasileiro come em média cerca de 47 quilos de carne de frango por ano, 35 quilos de carne bovina e 15 quilos de suínos. A Embrapa acredita que essa realidade mostra um potencial enorme para o aumento da produção e da comercialização, com a possibilidade de chegar a públicos que hoje não têm hábito de consumir este tipo de carne.