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Cerca de 3.000 caminhões ficam parados devido a problemas logísticos no Pará

Uma longa fila se formou em um trecho de apenas 7km; a estrada não suportou o fluxo que aumentou com o escoamento da safra

A safra é nova, mas os problemas para escoar os produtos são velhos conhecidos dos caminhoneiros. Em Miritituba (PR), quase 3.000 caminhões com soja estão parados devido ao elevado fluxo de veículos que seguem para a estação de transbordo do Rio Tapajós. Segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a fila se formou desde a última quinta-feira, 11. A entidade ressalta que os caminhões não estão atolados, mas a chuva dificulta o andamento da viagem, devido às condições da estrada.

“É um pequeno trecho de 7km que os motoristas precisam pegar após sair da BR-163. Como é uma via pequena, administrada pela prefeitura, ela não tem condições de suportar o alto fluxo de caminhões que estão escoando a safra pela BR-163 neste momento”, explica André Nassar, presidente da Abiove.

Mesmo com a grande quantidade de caminhões parados, o dirigente afirma que a ocorrência não trará atrasos para a colheita no país e o fluxo de chegadas e saídas irá se normalizar aos poucos. No entanto, Nassar acredita que um apoio do governo ajudaria a controlar a situação mais rápido.

“A Polícia Rodoviária Federal poderia ajudar organizando uma fila única para os caminhões que estão parados nesse trecho. O Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] também poderia adotar um esquema de rodízio de caminhões, como foi feito em 2019, onde até mesmo as traders participaram do planejamento para tentar controlar o fluxo que sempre é maior no início do ano”, destaca o presidente da Abiove.

Para André Nassar, parte dos problemas logísticos enfrentados para o escoamento da safra podem ser resolvidos a partir da concessão da BR-163, que foi totalmente asfaltada no fim de 2019. “Certamente a empresa que assumir a BR irá trabalhar na construção de acesso a terminais de carga. No entanto, a concessão não da rodovia não é um processo simples”.

Atoleiros também prejudicam

Além do problema em Miritituba, os caminhoneiros também enfrentaram dificuldades para escoar a safra em Mato Grosso. Na sexta-feira, 12, em um trecho de terra da rodovia MT-322, na região chamada de Norte Araguaia Xingu, um atoleiro paralisou cerca de 200 caminhões que tentavam seguir viagem. O presidente da Associação dos Produtores de Espigão do Leste (Apel), Alípio Portilho gravou um vídeo mostrando a situação precária da estrada.