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Chanceler defende posição global do setor no Senado

Com discurso liberal e anti-protecionista, ministro falou sobre papel do governo e Itamaraty em relação às cobranças internacionais

O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, participou da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal. A audiência pública, realizada em duas etapas nesta segunda-feira e amanhã (24), tem por objetivo debater a sustentabilidade e a imagem do agronegócio brasileiro.

O ministro falou sobre como o governo pretende se posicionar em relação às cobranças internacionais, destacando a importância do agronegócio para a balança comercial, sendo o setor responsável por 45% de todas as vendas ao exterior. Segundo ele, o crescimento do Brasil como produtor de alimentos preocupa a concorrência internacional.

“O sucesso do Brasil incomoda”, declarou França. “Seja por má fé ou de forma deliberada e errônea, atores internacionais de relevo associam o crescimento do agro brasileiro a vantagens ilegítimas”, acrescentou.

Segundo ele, alguns países sinalizam medidas restritivas ao comércio agrícola internacional tendo como alvo as importações oriundas do Brasil. “Nossa atuação precisa mais do que nunca ser coesa e consistente para promover a preservação da imagem e interesses nacionais”, afirmou.

França criticou a política de países que começam a impor restrições a produtos brasileiros, sob alegação de que seriam fruto de desmatamento. O ministro considera tais acusações “discriminatórias” e prejudiciais ao nosso direito e capacidade de desenvolvimento econômico.

“Outro fator de preocupação é a responsabilização desproporcional da agropecuária do mundo, não só do Brasil, como principal segmento emissor de gases de efeito estufa, com um esquecimento conveniente e seletivo da produção dos combustíveis fosseis na geração de energia para todo o sistema de produção e em todas as modalidades de transporte”, acrescentou França.

O chanceler frisou que na Cúpula dos Sistemas Alimentares, que será realizada durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, nesta mês, o Brasil tem como prioridade impedir retrocessos na abertura do comércio agrícola internacional, entre outros objetivos.

“São esses os desafios que nos cabem enfrentar na arena internacional quanto à sustentabilidade da nossa produção agropecuária”, declarou França. “O Itamaraty, garanto, segue atento, preparado e empenhado para embasar o entendimento dos interesses nacionais, para que nossos esforços pela sustentabilidade sejam reconhecidos e para que o merecido lugar no Brasil no mundo como potencia agroambiental seja preservado e reforçado”, defendeu.