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'Começamos tarde, mas estamos avançando com as ferrovias', comenta Daoud

O Ministério da Infraestrutura (MInfra) assinou nesta quinta-feira (2) os requerimentos para dez novos projetos ferroviários, com base em medida provisória editada no início da semana

O Ministério da Infraestrutura (MInfra) assinou nesta quinta-feira (2) os requerimentos para dez novos projetos ferroviários, já com base nas regras da medida provisória (MP) 1065/2021, editada no início da semana. O texto permite a construção de novas ferrovias por meio de autorização simplificada, sem necessidade de leilões de concessão.

O comentarista Miguel Daoud observa que os novos investimentos em ferrovias são um passo importante para o desenvolvimento da agropecuária no Brasil.

“É uma excelente notícia começar a construir a malha ferroviária numa região onde a produção agrícola é muito forte. A logística é uma via de mão dupla, para tirar e levar produtos, agregando valor à produção”, comenta Daoud.

“Nós precisamos de investimento e quanto mais rápido conseguirmos essa malha ferroviária, maior será o benefício para a agropecuária, gerando empregos para o Brasil”, acrescenta o comentarista.

Em relação aos custos, Daoud observa que é preciso buscar reduzi-los para a ferrovia compensar o investimento. “Tem uma ferrovia que sai de Minas Gerais e vai para o Espírito Santo que seria o ideal para o escoamento do café brasileiro, mas infelizmente o custo é muito alto”, exemplifica.

“Essas concessões do governo têm que estar atentas ao custo, pois de nada adianta construir uma infraestrutura ferroviária, cujo investimento é muito alto, sem buscar a redução de custos”, afirma Daoud.

“A Vale do Rio Doce consegue contornar os custos no transporte de minério de ferro, mas quando você tem somente produtos agrícolas, com o Custo Brasil, a chance de inviabilizar a operação é muito grande”, observa.

Segundo Daoud, a questão do custo deve ser enfrentada mais adiante, sendo que a prioridade a curto prazo é construir as ferrovias. “Nos Estados Unidos, houve um crescimento muito grande porque as ferrovias eram instaladas nas cidades conforme as populações iam chegando”, pontua o especialista.

“Nós começamos tarde, mas felizmente estamos avançando”, afirma Daoud, lembrando que boa parte das terras degradadas no Brasil que podem ser recuperadas vão precisar, também, de logística ferroviária para escoar uma futura produção agrícola.