COP26

Humanidade está 'cavando a própria cova', diz secretário-geral da ONU na COP26

Em tom de desabafo, António Guterres disse que o mundo precisa para de tratar a natureza como 'lixeira de banheiro'

Nesta segunda-feira, 1º, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que a humanidade está ‘cavando a própria cova’ e reforçou a necessidade de se investir cada vez mais em uma economia de carbono zero.

“Chega de tratar a natureza como lixeira de banheiro, chega matar com carbono”, desabafou o chefe ONU, durante um discurso em Glasgow, onde acontece a 26ª Conferência do Clima (COP26).

António Guterres afirmou que ‘chegou a hora de dizer chega’ aos líderes globais. O secretário-geral lembrou que os últimos seis anos foram os mais quentes já registrados e o “vício por combustíveis fósseis” está empurrando a humanidade para a beira do abismo.

António Guterres. Foto: Jean-Marc Ferré/UN Photo

Guterres também lembrou que o nível do mar dobrou nos últimos 30 anos; e que os oceanos estão mais quentes do que nunca. “Existem áreas da floresta amazônica que já emitem mais carbono do que absorvem”, disse. “Estamos no caminho para um desastre climático”, emendou.

Emissões de gases

Segundo o secretário-geral, vários países já firmaram compromissos de acabar com as emissões de gases até meados do século; e que muitos já deixaram de financiar a indústria de carvão.

Guterres mencionou também “o exército da ação climática, liderado pelos jovens, que não para, está cada vez maior e mais barulhento e que veio para ficar”. O secretário-geral das Nações Unidas reafirmou seu total apoio ao grupo.

Durante o discurso, o chefe da ONU lembrou que os líderes mundiais sabem o que fazer e que a principal meta deve ser manter o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis da era pré-industrial. Para Guterres, para alcançar o objetivo, é preciso reduzir as emissões globais em 45% até 2030.

O secretário-geral das Nações Unidas terminou o discurso de abertura na COP26 afirmando que as “sirenes estão tocando e que o planeta já está falando”.

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