COP26

Meta é reduzir emissões de gases em 50% até 2050, diz Leite na COP26

O presidente Jair Bolsonaro, que participou do evento por um vídeo gravado, disse que a proposta é “transformar o Brasil em potência verde”

Na abertura da participação do Brasil na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), nesta segunda-feira, 1º, em Glasgow, na Escócia, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que o país subiu a meta de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para 50% em 2030. A proposta anterior era de 43%.

Segundo Joaquim Leite, que comanda a delegação do Brasil, a nova meta será formalizada durante as negociações da COP26.

A participação foi gravada. O ministro deve viajar para Escócia apenas no dia 7.

“Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para soluções. Soluções inovadoras, que proporcionem avanços econômicos, com crescimento verde. E o Brasil é parte dessa solução”, disse Leite.

O presidente Jair Bolsonaro participou via vídeo gravado e disse que a proposta para os próximos anos é “transformar o Brasil em uma potência verde”.

“O Brasil é parte da solução e os resultados alcançados até 2020 mostram que podemos ser mais ambiciosos”, disse o presidente.

Joaquim-Leite-COP26
Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Foto: Lincoln Siebra/MRE

Confira o discurso do ministro na íntegra:

Dando continuidade ao pronunciamento do Presidente da República, gostaria de destacar alguns pontos:

Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para soluções. Soluções inovadoras, que proporcionem avanços econômicos, com crescimento verde. E o Brasil é parte dessa solução.

Esta Conferência das Partes é especial e devemos juntos fazer uma transição do debate das promessas climáticas para a criação empregos verdes; de apontar fragilidades ambientais dos outros para ações globais colaborativas, rumo a um futuro melhor para todos.

Realizamos encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como país articulador, buscando o diálogo e pontos de convergência. Também conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram numa estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial.

Os próximos dias serão de intenso trabalho técnico, aliado à articulação com os demais países, em prol de consensos. Durante as negociações, atuaremos de forma construtiva e proativa, a fim de garantir mais ações reais de todos.

Financiamento climático é urgente para que o mundo possa fazer frente aos desafios apresentados. É fundamental que tenhamos robustos volumes e nas quantidades necessárias, para que a transição e a construção desta nova economia ocorram de forma justa, em cada região do planeta.

Conforme pronunciamento do Presidente, o Brasil é hoje uma potência verde, como por exemplo: no maior programa operacional em larga escala de biocombustíveis do mundo, na matriz energética altamente limpa e na matriz elétrica, que é hoje a meta de muitos países desenvolvidos para daqui a 30 anos. O mesmo se aplica nas práticas agropecuárias de baixo carbono e nas tecnologias desenvolvidas para fixação de carbono no solo, na indústria de baixa emissão e nas oportunidades voltadas ao ecoturismo.

Internamente, temos também que destacar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, das partes brasileiras – neste caso os Estados -, onde os mais ricos e desenvolvidos devem ser mais ambiciosos nas suas curvas de redução de emissões para a neutralidade até 2050, para assim, juntos atuarmos como uma nação unida, na direção de criar uma nova economia verde justa e inclusiva.

Reforço nossos compromissos com a geração de uma economia neutra em emissões de gases de efeito estufa, mas ao mesmo tempo garantindo geração de empregos e renda. As contribuições do Brasil para superar os desafios estão postas. Não faltará empenho do governo federal para chegarmos a um resultado positivo para o país e para o mundo.

Desta forma o Brasil demonstra mais uma vez o seu compromisso como parte de um acordo coletivo.

Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030; e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26.

Obrigado a todos, especialmente a CNI, CNA e APEX, que juntas montaram uma fantástica estrutura em Glasgow e em Brasília.

Confira mais informações sobre a cobertura do Canal Rural na COP26 no Planeta Campo