Diversos

Fertilizantes: Rússia toma iniciativas para conter aumento de preços

No começo do mês, país limitou exportações de nitrogenados para conter cotações em seu mercado

A Rússia está visando priorizar o mercado interno, que também foi prejudicado com o aumento do preço dos fertilizantes. No começo do mês foram impostas limitações temporárias sobre as exportações de fertilizantes nitrogenados em 5,9 milhões de toneladas e complexos à base de nitrogênio em 5,35 milhões de toneladas, com o objetivo de controlar o volume exportado do país e conter os preços no mercado interno.

Isso ocorre diante de uma crise energética que atinge muitos países do mundo, ocasionada principalmente em virtude do aumento da demanda após a recuperação econômica da pandemia de Covid-19.

A Rússia responde atualmente por cerca de um terço do abastecimento de gás natural da Europa e existe pressão para aumento de fornecimento.

Com a demanda crescente por gás importado, o país inaugurou recentemente uma rota de suprimento que liga a Rússia à Europa através do Mar Báltico, o Nord Stream 2, um gasoduto irmão do já existente Nord Stream, construído com o objetivo de expandir os volumes exportados.

No fim de outubro, Vladimir Putin propôs à Gazprom o aumento das entregas à União Europeia, o que imediatamente refletiu em uma queda de aproximadamente 20% no preço da commodity na semana seguinte. A Rússia fornece suprimentos de gás natural para a Europa há mais de 50 anos. Ao longo de 2020, o grupo Gazprom vendeu 219 bilhões de metros cúbicos de gás para países fora da ex-União Soviética.

Nesta terça-feira (9), a Gazprom anunciou um plano de reabastecimento de injeção de gás em cinco depósitos subterrâneos europeus, porém sem especificar as rotas.

A Rússia é um grande produtor de nitrogenados e uma importante fonte de importação para o Brasil: em 2021 representou 100% das compras de nitrato de amônio e 17% para ureia até setembro.