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'Importação recorde de milho pode conter preços no mercado interno', diz Benedito Rosa

Volume de cereal importado pelo Brasil pode chegar a 4 milhões de toneladas no ano

A importação recorde de milho, de até 4 milhões de toneladas, pode conter o preço no mercado interno. Na Argentina, a commodity está sendo vendida na faixa de R$ 15 a R$ 20 por saca. Quem comenta a atual conjuntura do mercado de grãos é Benedito Rosa:

“É difícil fazer uma projeção de preços, sobretudo numa economia mundial e brasileira com tantas variações e fatores. É difícil prever. Porém, nas últimas semanas, eu fiquei menos pessimista com relação ao comportamento dos preços no segundo semestre. O Brasil deverá consumir algo como 40 milhões de toneladas neste segundo semestre. A especulação está alta, mas acho que os preços tendem a diminuir. Aliás, é inédito o preço do mercado interno de milho estar acima da importação. Então, por que um pessimismo menor em relação ao comportamento dos preços? Agora estão entrando os volumes mais expressivos da segunda safra e as importações da Argentina estão acontecendo, o que são indicadores de que os preços podem baixar. A partir de setembro, entra a safra americana, acho que no final de agosto já começam as importações para os portos do Nordeste vindas do Golfo do México. Esse é outro fator para a diminuição dos preços do milho”, analisa Rosa.

“Há duas dúvidas que incomodam. Uma é se a indústria de suínos vai conseguir repassar os preços para o consumidor numa situação dessas que estamos vivendo. Outra questão é se a China vai conseguir avançar no seu plantel de carne suína e importar menos produto. Enfim, num quadro como esse, meio turvo, com muitas variáveis e interferências, é difícil fazer uma previsão sobre o preço. Mas, eu repito, acho que o preço do milho não vai passar de R$ 100, a especulação tende a diminuir e chegaremos a janeiro como todos esperamos, com um aumento expressivo na produção de milho nacional”, conclui o comentarista.