Internacional

China ameaça e diz que tomará 'medidas fortes' contra Estados Unidos

Para a China, a visita presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi à Taiwan soa como uma provocação

“Se os EUA continuarem no caminho errado, tomaremos medidas fortes”, disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, nesta terça-feira (2), quando a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, ainda não havia desembarcado em Taiwan.

“Estamos acompanhando de perto o itinerário de Pelosi. Se os Estados Unidos continuarem no caminho errado, tomaremos medidas fortes e resolutas para proteger nossa soberania e interesses de segurança”.

Para o governo chinês, a visita de Pelosi à Taiwan soa como uma provocação, visto que a ilha se declara independente da China, mas o país a considera como uma província como as demais.

Chunying disse que a China havia avisado, por várias vezes, que era contra a visita da representante da câmara norte-americana à região. A porta-voz citou um compromisso assinado em 1979 que os Estados Unidos consideraram o governo da China como o único governo legal. Sendo assim, quaisquer contatos com Taiwan por parte do governo norte-americano seriam considerados não-oficiais.

“O Congresso faz parte do governo dos Estados Unidos e deve cumprir rigorosamente a política externa reconhecida e comprometida pelo governo. Quando a presidente da Câmara, sendo a terceira figura mais alta do governo, voa em aeronaves militares dos Estados Unidos e faz uma visita provocativa à região de Taiwan, não é de forma alguma uma ação não oficial”, disse.

China

A porta-voz citou também o princípio da uma só China, que é reconhecida internacionalmente.

Segundo esse princípio, Taiwan faz parte da China e não pode ser considerada nação independente.

“Nos últimos anos, os Estados Unidos alegaram que estão comprometidos com a política de uma só China, mas, em termos de ação, estão retrocedendo e até obscurecendo e esvaziando este princípio”.

De acordo com Chunying, as relações entre os Estados Unidos e Taiwan vêm se intensificado, o que contraria o acordo feito anteriormente, e que a imprensa de forma geral, think tanks, líderes políticos de aliados norte americanos haviam aconselhado o país a não prosseguir com esta visita.

Se o lado dos Estados Unidos julgar mal ou tratar mal a situação através do Estreito [de Taiwan, que separa a ilha do país], isso levará a consequências desastrosas para a região de Taiwan e até mesmo para a segurança, prosperidade e ordem do mundo inteiro”.

A China acredita que os Estados Unidos usam Taiwan para conter o avanço chinês na Ásia, e que os norte-americanos teriam apoiado forças separatistas para a independência da ilha. “A China está apenas exercendo seu direito, como qualquer país soberano independente faria, sem mencionar que a China é um país de mais de 1,4 bilhão de pessoas com mais de 5 mil anos de história. Esperamos que eles estejam atentos a isso”.

A porta-voz afirmou que, para os chineses, a questão de uma só China está solidificada e certa, e não permite a existência de forças separatistas por parte de Taiwan. “Os Estados Unidos devem desistir de qualquer tentativa de jogar a carta de Taiwan e cumprir estritamente o princípio de uma só China, tanto em palavras e ações quanto ao pé da letra. Se eles insistirem em seguir o curso errado de ação, assumirão total responsabilidade por todas as graves consequências daí decorrentes”.