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Ipea reduz para 1,7% projeção de crescimento do PIB Agropecuário

De acordo com o Ipea, mesmo com a revisão, 2021 será o quinto ano de crescimento consecutivo do setor, o único que cresceu no ano passado

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A soja está puxando o crescimento do setor em 2021, segundo o Ipea. (Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA)

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo as estimativas para o PIB Agropecuário brasileiro. Enquanto em junho a projeção era de um crescimento de 2,6% neste ano, agora a previsão é de um crescimento de 1,7%.

A nova previsão foi divulgada nesta quinta-feira, 26, durante um evento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o Ipea, mesmo com a revisão, 2021 será o quinto ano de crescimento consecutivo do setor, o único da economia brasileira que não sofreu redução em 2020.

Ainda segundo o instituto, o ajuste na projeção foi motivado pela redução nas estimativas de produtividade e produção de culturas importantes — como a do milho –, e pela piora do cenário para a produção de bovinos.

Produção

Em 2021, a previsão de crescimento é sustentada pelas altas nas produções de soja (9,8%), trigo (36%) e arroz (4,1%). O bom desempenho das culturas compensou as quedas no milho (-11,3%), cana-de-açúcar (-3,2%) e café (-21,0%).

Na produção animal, o crescimento foi revisto de 2,5% para 1,8%, com crescimento para todos os segmentos: suínos (7,7%), frangos (3,9%), leite (3,1%) e ovos (4,5%). A exceção é a produção de bovinos, com queda de 1%.

2022

Com base nas primeiras informações disponibilizadas pela Conab, pesquisadores do Ipea estimam um crescimento de 3,3% no PIB do setor em 2022, com crescimento de 3,9% na produção vegetal e de 1,8% na produção animal.

De acordo com a Conab, há expectativa de manutenção do bom desempenho da produção de soja, que deverá bater novo recorde em 2022, e de boa recuperação de culturas como milho e algodão, após a forte queda projetada para este ano. Além disso, o abate de bovinos deverá, enfim, registrar recuperação após dois anos consecutivos de queda.

“Esperamos uma recuperação da oferta de bovinos no ano que vem, tendo transcorrido tempo suficiente para a recomposição do rebanho após o pico em 2019”, disse Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea e um dos autores do estudo.