Diversos

Justiça do Paraná mantém limites para aplicação de defensivos

Na ação civil pública, o Ministério Público defendeu a importância do regramento para a preservação do meio ambiente

A aplicação de defensivos agrícolas no estado do Paraná deve observar parâmetros e distâncias mínimas de segurança definidas em uma resolução estadual.

A decisão é da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e confirma pedido feito pelo Ministério Público do Paraná que, em ação civil pública, questionou judicialmente a revogação, pelo estado do Paraná, de resolução que estipulava condições mínimas de segurança para a aplicação dessas substâncias.

Em 2018, o Paraná editou ato normativo – a Resolução Conjunta Sema/IAP/Seab/Adapar/CC 01/2018 – que revogou a Resolução Sein 22/1985, que estabelecia limites de segurança para a aplicação de defensivos em áreas de mananciais, próximas a núcleos populacionais, agrupamentos de animais, escolas e culturas suscetíveis de danos.

Na ação civil pública, o Ministério Público, por meio da Regional de Curitiba do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente e Habitação e Urbanismo (Gaema) e da Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba, defendeu a importância do regramento para a preservação do meio ambiente e proteção da saúde das populações relacionadas e ponderou que a decisão pela revogação das regras foi adotada sem qualquer análise técnica dos órgãos públicos ambientais envolvidos, tendo sido considerada apenas manifestação do setor produtivo agrícola.

Trator fazendo a aplicação de defensivos agrícolas
Defensivos. Foto: Canal Rural

Recomendação e liminar

Em primeiro grau, a 3ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba já havia deferido o pedido do Ministério Público e decretado a nulidade do ato que revogou os critérios de segurança. A recente decisão, publicada em acórdão do TJPR na última semana, em 4 de novembro, confirma a decisão em segundo grau de jurisdição e nega recurso interposto pelo estado do Paraná e pelo Instituto Água e Terra.

Anteriormente ao ingresso da ação judicial, o MPPR buscou resolver a questão de forma administrativa, com a edição de recomendação administrativa para tentar evitar a revogação da resolução pelo Estado. A medida, entretanto, não foi acatada.