No noroeste do Paraná, os municípios de Campo Mourão e Umuarama completam dez anos do Programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), destina gratuitamente mais de 26 mil toneladas de lodo, aplicadas em 2.800 hectares de área cultivada, atendendo mais de 100 agricultores em 29 municípios da região.
O lodo, que é rico em matéria orgânica e nutrientes, é utilizado nas culturas de amoreiras para o desenvolvimento do bicho da seda, aveia e sorgo (cobertura/palhada), na cafeicultura e no desenvolvimento de seringueiras, citros, palmito, soja e milho.
Segundo a Sanepar, para se comprovar a segurança sanitária do uso do lodo antes de ir para o campo é realizado uma análise com aproximadamente 70 parâmetros, como substâncias orgânicas e inorgânicas, de forma a comprovar sua segurança sanitária, ambiental e qualidade agronômica. Além disso, o lodo é tratado com cal virgem e passa por um processo de higienização.
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De acordo com o agrônomo da Sanepar Marco Aurélio Knopik, é necessário seguir todas as regulamentações exigidas para aplicação do fertilizante no estado. “Mesmo tendo grande concentração de nutrientes, o lodo não pode, por exemplo, ser aplicado em pastagens, culturas de tubérculos, raízes e em hortas”, afirma.
O uso do lodo nas plantações tem retornos perceptíveis logo no primeiro ano de uso, afirma o engenheiro agrônomo do IDR-Paraná Antônio de Pádua Salvado. “Na agricultura familiar, o lodo soma muito. Promove restruturação e melhorias na qualidade do solo e com custo zero”, diz.
De acordo com ele, o lodo ajuda a equalizar o solo, exterminando as manchas e apresentando melhorias nas questões químicas. “A qualidade do lodo altera positivamente o movimento microbiano promovendo aumento da fertilidade”, ressalta.
