Marina Silva defende fim do desmatamento legal

Proposta é incentivar produtores que têm direito a desmatar para adotarem outras técnicas de produção sem abertura de novas áreas

Foto: Luiz Patroni

A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, destacou a necessidade de fortalecer o uso de boas práticas agrícolas para garantir produção e sustentabilidade durante debate na CNA. Ela afirmou que é necessário aumentar a produtividade sem abertura de novas áreas e que isso depende do acesso ao conhecimento e assistência técnica. Marina reforçou que lutará pelo fim do desmatamento ilegal e do legal, aquele autorizado ao agricultores de alguns lugares do país.

“Desmatamento ilegal zero e trabalhar para que aqueles que têm direito de desmatar não desmatem. Incentivar outras práticas. Ainda podemos pagar por serviços ambientais e outras medidas”, declarou. “Fico feliz de estar em um país que pode combinar perfeitamente produção e preservação ambiental”.

Marina Silva também destacou o papel da assistência técnica para expansão da agropecuária nacional. Ela citou dados do Censo Agro do IBGE de que apenas 20% dos produtores declararam receber esse tipo de serviço do governo.

A candidata afirmou que o seguro rural é fundamental para proteger os produtores do risco. “O agronegócio não é homogêneo, só uma minoria resiste às mudanças desse tempo. Mas não precisamos de uma agricultura e pecuária altamente intensiva.

Outra bandeira de Marina Silva para o agro é a ampliação do acesso à internet no campo. “Internet é fundamental na zona rural. Precisa estar conectado para fazer negócios, se prevenir contra problemas das mudanças climáticas, para criar rede de solidariedade. O êxodo é causado pela falta de escola, de estudo e de estar conectado. Se der internet, assegura negócios e legados”.

Defensivos

Marina é contra mudanças na lei de defensivos e afirmou que a média para registro de novos produtos no Brasil é de um ano. Ela defende investimentos em servidores para fazer as avaliações com mais agilidade e a mesma qualidade.

“Discordo sobre flexibilizar regramentos. O que não é bom para europeus e americanos atrapalharão o Brasil no mercado externo. Em relação à liberação, à reclamação de demora sobretudo dos novos produtos, tem alguma verdade, mas a maior parte do problema não é bem assim. A média no Brasil para registro é de pouco mais de um ano. Só um caso, de um produto, que está levando oito anos. Só um. Isso é mais veloz do que a Europa. No Brasil faltam servidores. São só 22 para fazer essas avaliações. EUA têm mais de 800. Tem que ter quadro técnico eficiente. É investimento. Anvisa e Ibama precisam ser capacitados para ter agilidade e qualidade”, declarou.

Lei ambiental

A candidata citou a necessidade de implementar o Código Florestal e o pagamento por serviços ambientais. Outra proposta dela é mudar a matriz energética do país, fortalecendo o programa Renovabio para produção de biocombustíveis.