Há sete anos, a médica Gihan Haidar divide o seu tempo entre a clínica e a lavoura de soja em Itapeva, interior de São Paulo. Ela herdou o gosto pelo campo do avô, criador de nelore. Em 2015, assumiu o comando da propriedade, que contava com algumas cabeças de gado e muita terra arrendada.
Segundo ela, há um paralelo entre as duas profissiões: assim como na medicina, a terra também precisa de exames complementares para fornecer diagnósticos. “Quando assumi a propriedade, a primeira coisa que quis fazer foi um estudo do solo. Procurei alguns laboratórios, onde fiz um grid de nosso solo e, consequentemente, fui vendo as deficiências que tinha e repondo nas fases necessárias”, conta.
Com o tempo e apoio do companheiro, Gihan foi estruturando a propriedade. Adquiriu um pulverizador com sistema de controle dos bicos que reduz o uso de insumos com aplicação mais precisa, comprou um caminhão para economizar no frete e construiu um silo para armazenar a produção e poder vender no melhor momento. O próximo passo é aumentar o açude para implantar o sistema de irrigação da lavoura.
Notícias Relacionadas
Planos de expansão para a soja
Agora, o desafio seguinte é produzir sementes de soja. “Se conseguirmos produzir semente com boa qualidade e produtividade, vamos conseguir atrair novos polos para o nosso município e, consequentemente, trazer uma melhora econômica para nossa cidade”.
A médica e produtora de soja conta com o auxílio de uma consultoria direcionada para a compra de insumos. “Entendemos que cada um tem a sua realidade e o seu nível de tecnificação, então precisamos nos adequar dentro dessa variedade que temos. Em cada um, procuramos uma coisa específica que venha a sanar uma necessidade desse produtor, seja em novos materiais ou novas tecnologias para proteção de plantas”, diz o consultor técnico da Comercial Sul Paraná.
Com o solo corrigido nesta safra 2022/23, a produção na fazenda deve ser 10% superior à temporada passada. Assim, a produtividade média estimada é de 90 sacas de soja por hectare.
