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Milho: estiagem afeta lavouras e produtores estimam perdas de até 80% no RS

Tempo seco e falta de umidade do solo afetam lavouras de milho na região das Missões e fronteira oeste; consultoria prevê queda na produtividade

As lavouras de milho do Rio Grande do Sul dão os primeiros sinais de perdas devido à falta de chuvas regulares. No município de São Luiz Gonzaga, por exemplo, o produtor Marcos Pileco, que tem 55 hectares plantados, estima que vai perder até 80% da sua safra.

“Neste ano cultivamos muitas áreas de sequeiro para ter uma boa rotação, mas devido à seca, as perdas serão muito grande. Nesse momento a planta de milho está largando o pendão e não tem água. A planta está debilitada em função da seca em toda a região das Missões”, relata.

No município de Não-Me-Toque a preocupação com o clima é semelhante. Teodora Berta, presidente do sindicato rural da cidade estima perdas de 100 hectares de milho. “A perda hídrica e o excesso do calor têm afetado a planta, que está com altura irregular. Isso pode significar uma perda de 60 sacas por hectares no início da colheita.

Segundo Adriano Gomes, analista de mercado da AgRural, a falta de chuvas no estado já vem dando indícios de uma situação complicada para as lavouras. “Tivemos um início de novembro predominantemente seco e também outubro com chuva abaixo do normal. Essa falta de umidade no solo e temperaturas mais elevadas têm prejudicado áreas de milho de verão mais adiantadas no estado, que estão localizadas na fronteira oeste e região das missões”, destaca.

Revisão de produtividade

Com o clima adverso no Rio Grande do Sul, o analista de mercado prevê que o desempenho das lavouras consequentemente será menor. A estimativa feita pela AgRural em outubro reduziu a produtividade das lavouras do Centro-Sul de 123 para 118 sacas por hectare. “Para os números que serão divulgados neste mês deveremos ter um novo corte nas projeções”, pontua.

Além do Rio Grande do Sul, a Ag Rural também prevê quebra na produção em Santa Catarina, onde a região oeste tem condições climáticas parecidas as gaúchas, chuvas irregulares, além de geadas pontuais que também prejudicaram algumas lavouras nos dois estados. “No Paraná tivemos um pouco mais de chuva, mas as lavouras estão no limite quando o assunto é umidade do solo, onde as plantas com essa umidade mais favorável ainda conseguem se desenvolver”.