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Moegão vai ampliar descarga ferroviária no Porto de Paranaguá

Segundo o governador do Paraná, o projeto é o maior em infraestrutura já realizado no estado, que vai melhorar a mobilidade do porto

O Porto de Paranaguá começa a preparar sua estrutura para absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste. O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior lançou nesta quinta-feira (9), em Paranaguá, o edital de licitação do projeto Cais Leste, também chamado de Moegão, que vai receber investimento de R$ 500 milhões. O lançamento ocorreu durante a solenidade de inauguração do novo terminal portuário da Coamo.

O edital deve ser publicado na segunda-feira (13) no Diário Oficial do estado, e assim que cumpridas todas as etapas do processo de licitação, a obra será iniciada, com prazo de entrega de 180 dias. O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a competitividade do estado. “É o maior projeto de infraestrutura do Paraná, que além de melhorar a mobilidade em Paranaguá, aumenta a capacidade de carga do porto, com a ampliação significativa de carga e descarga de trens”, disse.

O Moegão, projeto que vai absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, terá investimento de R$ 500 milhões Foto: Rodrigo Félix Leal/SEI

“Muitos empregos serão gerados com essa obra, tanto durante a execução, como também quando estiver em operação. Com a ampliação de capacidade do porto, vamos precisar de mais trabalhadores para suprir a necessidade de mão de obra”, destacou Ratinho Junior. “É uma transformação na infraestrutura do Paraná, que se capacita como a grande central logística da América do Sul”.

O projeto prevê a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos). A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva, mas também serão reestruturados os acessos dos terminais da parte Leste do Porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas também pelo modal rodoviário.

Com área de 595 mil metros quadrados, as três linhas que compõem o projeto terão capacidade de carregar até 2 mil toneladas de grãos e farelo por hora. Elas ficarão interligadas aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação.

Com isso, a previsão é ampliar dos atuais 550 vagões, que descarregam diariamente no Corredor Leste, para cerca de 900 por dia — quase 300 em cada uma das três linhas. Atualmente, 14,9% das cargas chegam ao porto pela ferrovia, mas a previsão é equalizar essa logística, com 50% dos carregamentos vindos pelos trens e a outra metade por caminhões.

“Temos hoje uma limitação de recebimento ferroviário, não pela falta de demanda, mas porque não temos capacidade para receber mais”, explicou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Temos uma limitação geográfica de expansão, então com este projeto vamos centralizar em um único ponto o descarregamento de 11 terminais, trazendo mais eficiência logística”, disse.

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que este será o maior investimento em infraestrutura do Governo do Estado. “É uma obra grandiosa, um investimento de meio bilhão de reais que permite otimizar o desembarque de cargas, não só do modal ferroviário como também o rodoviário, ampliando a capacidade em 24 milhões de toneladas”, disse.

O Moegão vai também reduzir os custos e as emissões de CO2 nas operações. Além disso, está prevista, ainda, a redução de cruzamentos entre as vias urbanas de Paranaguá com os trilhos da ferrovia, passando de 16 para cinco interseções na cidade.

“Essa estrutura vai reduzir o gargalo viário e o trânsito de caminhões no município, com a retirada das passagens de nível, principalmente na Rua Roque Vernalha, que é a maior da cidade”, destacou o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque.

Embarque

O Moegão vai ao encontro de outro projeto do porto, que é a modernização e ampliação do Corredor Leste (Corex) e do píer em T. Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê um novo complexo com quatro berços; ponte de acesso; oito torres pescantes; e capacidade para embarque de 4 mil toneladas, por hora, em cada uma das oito linhas. Assim, a expectativa é triplicar a capacidade de embarque atual no Corredor Leste.

Além disso, o eoverno do estado também prepara a modernização do modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, estrada de ferro interligando Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá.

Terminal da Coamo no porto de Paranaguá

A Coamo investiu R$ 200 milhões na construção do Terminal Portuário II, em Paranaguá, para atender as exportações de grãos e farelos. Com três silos e um armazém graneleiro, a estrutura tem capacidade total de armazenagem de 150 mil toneladas.

O terminal conta com cinco moegas, com capacidade operacional para recebimento de 1.380 toneladas/hora, e tombadores para caminhões que facilitam o fluxo da movimentação no corredor de exportação. Somados ao outro terminal existente, a cooperativa tem capacidade para embarque de até 7 mil toneladas/dia.

Em 2020, a Coamo exportou 4,5 milhões de toneladas de grãos e farelo de soja, com faturamento de US$ 1,5 bilhão. “Este investimento faz parte da nossa visão estratégica de crescimento. Nosso volume de exportações aumenta a cada ano, acompanhando o crescimento da Coamo”, destacou o diretor-presidente do Conselho Administrativo da Coamo, José Aroldo Gallassini.