Para Meirelles, liberar armas no campo é 'selvageria'

O candidato quer reduzir juros para aumentar oferta de crédito e prometeu finalizar as obras na BR 163

Foto: Canal Rural/ Luiz Patroni

O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, candidato do MBD ao Palácio do Planalto, foi o segundo sabatinado no encontro promovido pela CNA.

A principal proposta dele para o setor rural é viabilizar crédito rural maior e mais barato. Ele quer ampliar a oferta de dinheiro para os produtores regulamentando a participação de Fintechs (inovações do sistema financeiro) para operar nessa área, como foi feito para as cooperativas de crédito. Além disso, afirmou que a redução da taxa de juros também vai levar mais instituições financeiras ao mercado de financiamentos agrícolas, o que pode barateá-lo.

“Número de bancos no setor é restrito. Temos que aumentar oferta de instituições financeiras e para isso é importante que a Selic caia. Estabilizando a economia, as taxas de bancos vão cair também e existirá interesse maior dos outros bancos de fazer crédito rural”.

Para fortalecer os seguros de produção e de faturamento, Meirelles apontou que o desafio do governo é ter dinheiro para isso. Para contornar o problema de déficits nas contas e,e, consequentemente, ter mais recursos para subsidiar o setor agrícola, ele defendeu as reformas da Previdência e Tributária, destacando a criação de um imposto único. “A Previdência brasileira é maior programa de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos, segundo um estudo internacional interessante que li recentemente”.

Foco em infraestrutura

Meirelles prometeu investimentos pesados em infraestrutura, com a conclusão da BR 163, a rodovia Cuiabá-Santarém, e construir um grande canal de exportação da produção do centro-oeste por meio da hidrovia Tocantins Araguaia. Ele quer integrar os diversos modais de transporte para facilitar o escoamento de produtos. “Vamos viabilizar hidrovias no Brasil e atraindo capital internacional por privatização, licitações e abertura para capitais externos para investimento em infraestrutura. Teremos fluxo de crescimento do Brasil e podemos nos tornar canteiro de obras na infraestrutura”.

Segurança no campo

 

Meirelles se posicionou contra o armamento, mas apresentou uma proposta para criar sistema de informação para as polícias rastreamento o crime no país. “Violência se enfrenta com inteligência. Distribuir armas é uma tentação quando Estado não resolve. Mas isso é voltar pra selvageria. Com satélite temos condições de, conectados a GPS com rastreabilidade, estabelecer um sistema de informação de segurança unificado, integrando as policias, que podem rastrear os grupos criminosos, de invasores de terra, etc”.

Comércio internacional

O candidato do MDB afirmou que vai intensificar a abertura de mercados para o Brasil e investir na promoção da imagem dos produtos brasileiros no exterior. Ele admitiu uma aproximação com o Tratado do Transpacifico e também com o Reino Unido, para fechar acordo com o Mercosul após o Brexit. Uma das prioridades dele é resolver o acordo Mercosul e União Europeia, principalmente na questão do etanol e carne.

Para tudo isso, Meirelles garantiu que não vai haver tributação sobre as exportações.

Defesa agropecuária

Para o setor de defesa agropecuária, o candidato sugeriu o uso de tecnologia para controle das fronteiras e impedir a entrada de doenças e pragas. Tudo com monitoramento por satélite e rastreamento das policias. “Negociação dura com países de fronteira. Temos que trabalhar com resultado. Chegar neles com problemas objetivos e falar o que temos que fazer para proteger. Mas pra isso temos que ter informações, prevenção e foco. Isso é segurança da agricultura, econômica e nacional”.

Para o debate com Meirelles, foram chamados presidentes de associações, como SRB e Abrafrutas, a presidente do Sindicato Rural de LEM, Carminha Missionário, representantes do Senar e o ex-ministro Roberto Rodrigues.