Pecuária

Expointer: 45ª edição deve receber quase 6.400 animais

Número é 14% superior em relação à edição realizada em 2019, antes da pandemia

Começa neste sábado (27), em Esteio (RS), mais uma edição da Expointer. A feira, que acontece no Parque de Exposições Assis Brasil, é uma das maiores do setor e deve receber quase 800 animais a mais do que em 2019, período pré-pandemia.

No clarear do dia, um fogo de chão, um bolo frito, um café de cambona e uma música gaúcha saudavam a chegada dos primeiros animais ao Parque de Exposições Assis Brasil. O primeiro animal a entrar na Expointer 2022 foi um ovino da raça merino australiano, da Cabanha Infantada, depois de nove horas de viagem. A fazenda participa da feira há 35 anos.

“Os velos finos tem micragem muito baixa. É um manejo sanitário muito baixo para vir para cá porque não tem que cuidar só da gente, tem que cuidar dos outros também né? A gente vir pra cá com animais doentes fica até feio contaminar. Os animais de carne também precisam de cuidado na alimentação, parte de aprumo deles, isso começa desde cedo”, comenta o criador de ovinos Paulo Roberto Arocha Filho.

Cuidado com os animais na Expointer

Expointer 2021
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Ao entrar no espaço da Expointer, os animais passam por duas inspeções: uma que verifica documentação e outra para realização de um exame físico de condições de saúde. Após isso, eles seguem para os pavilhões.

“Teremos todos os cuidados para ter o alinhamento e a manutenção do nosso status” — Domingos Velho Lopes

Procedimento esse que se faz necessário, afirma o secretário de Agricultura do Rio Grande do Suk, Domingos Velho Lopes. “Todo o rigor sanitário está sendo tomado. Nada mais do que todo dia fazemos no interior do estado e na capital e, por óbvio, durante os dias de evento teremos todos os cuidados para ter o alinhamento e a manutenção do nosso status que é uma grande conquista.”

E mais de 6 mil animais são esperados

Expointer
Foto: Fernando Dias/SEAPDR

Nesta edição da Expointer, foram inscritos 6.378 animais. O número representa aumento de 14% em relação à feira realizada em 2019, antes da pandemia da covid-19. 80% são animais de argola, que são aqueles que participam de concursos. Os outros 20% são de rústicos, que vem somente para exposição.

Além dos ovinos e bovinos de corte, que já chegaram ao local do evento, ainda são esperados bovinos de leite, búfalos, caprinos e equinos. Além disso, são aguardados pequenos animais, como coelhos e chinchilas.

Essa será a primeira edição da Expointer com maior número de animais após o Rio Grande do Sul ser considerado livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal, em maio de 2021.

Feira vai além da exibição e concursos de animais

expointer - bandeiras
Foto: Google Maps/reprodução

Para este ano de Expointer, a organização espera por animais vindos de outros sete estados do país. A feira da retomada, após anos sendo realizada de forma digital em virtude da pandemia, tem expectativa de bons negócios, apesar dos últimos dois anos de estiagem.

O governador gaúcho, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), é um a demonstrar entusiasmo com a volta presencial da Expointer. De acordo com ele, mais de meio milhão de pessoas devem comparecer ao Parque de Exposições Assis Brasil em algum momento do evento, que contará com atividades até 4 de setembro.

“A Expointer, por si só, já é uma grande realização para nós” — Ranolfo Vieira Júnior

“A nossa expectativa de público talvez chegue a 600 mil pessoas durante os nove dias da nossa 45ª Expointer”, comenta Vieira Júnior. “É o momento em que o Rio Grande do Sul apresenta a sua vocação para o Brasil e para o mundo. A Expointer, por si só, já é uma grande realização para nós gaúchos e gaúchas”, complementa o governador.

Expointer: expectativa da geração de negócio

Foto: Fernando Dias - Ascom-Seapdr
Foto: Fernando Dias – Ascom-Seapdr

Subsecretária do Parque de Exposições Assis Brasil, local que receberá mais uma edição da Expointer, Elisabeth Cirne Lima valoriza as possibilidades de negócios, inclusive internacionais, serem gerados a partir da realização da feira. Ela pontua, por exemplo, a produção pecuária brasileira mesmo em tempos de pandemia.

“O Brasil seguiu produzindo cada vez mais alimentos com segurança alimentar” — Elisabeth Cirne Lima

“Os negócios e a produtividade seguiram crescendo. Os negócios internacionais, as exportações brasileiras seguiram crescendo. O Brasil seguiu produzindo cada vez mais alimentos com segurança alimentar, com mais qualidade, o que nos trouxe mais oportunidades no mercado internacional”, diz Elisabeth.

“Com isso, a gente tem toda essa pujança no negócio”, afirma a subsecretária. “E que se reflete nas grandes expectativas desta feira, que chega com projeções de bater todos os recordes: de público, de expositores e de negócios”, prossegue.

Na parte de negócio, a organização da Expointer prevê faturamento superior a R$ 4 bilhões, o que passa a ser uma oportunidade única para os criadores.

“A feira é a vitrine do mercado hoje”, afirma Paulo Roberto Arocha Filho. “A gente fomenta a parte da ovinocultura, que está esquecida um pouco no Brasil, mas que gera muita oportunidade, emprego e renda. A gente conhece muita gente e se informa, descobre como andam outros mercados, outros estados que a gente não tem contato e as amizades que são feitas aqui dentro é para vida toda”, complementa o criador.