Leite

Daoud: Abertura do mercado mexicano para o leite é bom, mas precisamos tornar o produto competitivo

Brasil vai poder exportar leite e derivados, além de gergelim, para o México; 18 estabelecimentos já foram habilitados

O Brasil vai poder exportar leite e derivados, além de gergelim, para o México. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura comemoraram a aprovação das autoridades mexicanas. Dezoito estabelecimentos brasileiros foram habilitados para embarcar leite integral, em pó, queijos e outros produtos aos mexicanos.

Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o Brasil precisa melhorar a competitividade no mercado de leite e o governo precisa incentivar o produtor. “A tendência do mercado depende de preço. Nós temos vários mercados para os quais poderíamos estar exportando uma série de produtos, mas não exportamos porque não temos preços, porque nossos custos são altos. Falta monitoramento e interesse de colocar a agropecuária brasileira dentro de projetos, não em questão de custos, mas em projetos sociais”, diz.

“No Paraná por exemplo, existem cooperativas com boas estruturas para produção de leite. Precisamos desenvolver uma estrutura, porque não é só colocar o leite em navios e exportar. O Brasil ainda tem, dentro da pequena agricultura e agricultura familiar, produtores que tiram o leite [manualmente] da vaca. É preciso ter interesse para transformar esse leite em produto que tenha custo para poder exportar”, pondera o comentarista.

Para Daoud, é necessário uma margem maior de subsídio para o agronegócio e investimentos para o mercado leiteiro ter competitividade. “Precisamos ter uma organização da nossa produção. A agricultura do Brasil vai bem porque o produtor investiu em tecnologia e fez seu dever de casa, ele atua hoje de uma forma competitiva. Nós não temos subsídios e o Brasil compete com Estados Unidos e países da Europa, mesmo sendo ainda alvo de críticas na questão ambiental. Com apenas R$ 10 bilhões para subsidiar o agronegócio, precisamos chorar sangue, ficar de joelhos para os deputados aprovarem projetos” conclui.