Política

Transição vai sugerir criação de Ministério da Agricultura Familiar e Alimento Saudável

O ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP-MT) confirmou a existência de um debate sobre o tema, mas disse que a questão não é consensual

O deputado federal e ex-ministro Pedro Uczai (PT-SC), que coordena o grupo de trabalho (GT) de Desenvolvimento Agrário da transição, disse nesta quinta-feira (1º), que vai sugerir criação do Ministério da Agricultura Familiar e Alimento Saudável e afirmou que tentará levar a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a nova pasta.

“Chegamos a um entendimento com o GT de Agricultura para criação do novo ministério, não há mais divergência. Com a vocação de ajudar o homem do campo e produzir alimentos para reduzir a inflação e enfrentar a fome”, afirmou, no Centro Cultural do Banco do Brasil, onde funciona o gabinete de transição.

O deputado federal e ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP-MT), que integra a equipe de transição no grupo do Agronegócio, confirmou a existência de um debate sobre o tema, mas disse que a questão não é consensual. 

“Está caminhando nesta linha. Nós entendemos que alguns programas sociais se conectam com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mas é uma decisão que cabe às instâncias superiores. O nosso relatório vai ser encaminhado com pedido da não criação do Ministério da Pesca, para manutenção da Pesca no Ministério da Agricultura”, disse.

Segundo Geller, o grupo técnico da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da equipe de transição recomendará à coordenação do novo governo foco na garantia de recursos para o orçamento do seguro rural, tanto para resolver o passivo da safra 2022/23 quanto para garantir espaço para equalização de seguro em 2023.

“Agricultura não é gasto, é investimento. Quando se coloca R$ 1 de equalização, nos anos seguintes você recolhe R$ 2, R$ 3 em impostos. Movimentando, inclusive, a indústria de defensivos agrícolas, de equipamentos”, afirma Geller.

Ministério da Agricultura no governo Lula

Ministro da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Neri Geller não quis responder se aceitaria o cargo de ministro novamente, caso fosse convidado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

“Não quero falar do assunto. Tem muita especulação. Estou envolvido como líder classista. Acho que nós exercemos um papel muito importante na pacificação do setor. Para aproximar as entidades de classe. E eu tenho dito por onde ando que a eleição passou, é um novo governo, o momento de ocupar os espaços, de sentar na mesa e discutir as políticas adequadas para o setor”, afirmou. 

Geller também falou sobre o trabalho conjunto com a equipe do meio ambiente para discutir projetos de agricultura sustentável.

“O Lula está presente, junto com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para pacificar o setor, para dar segurança jurídica. Essa questão de invasões de terras, onde existe muito boato. É uma questão pacificada. A lei será seguida. A demarcação indigena não será feita de forma aleatória […] Na questão ambiental, vamos trabalhar integrados para reverter a imagem que temos lá fora. O presidente Lula e Alckmin já estão ouvindo todas as entidades. Ele vai ouvir o setor. Basta que a gente queira ser ouvido”, declarou.