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Problemas logísticos colocam em risco produção de agricultores familiares em MT

Produtores fazem apelo para que ponte em assentamento seja reparada, após ser parcialmente destruída pelas chuvas

O descaso logístico dificulta o escoamento e coloca em risco a produção de mais de 315 famílias de agricultores de assentamentos em Mato Grosso. Os produtores pedem socorro para evitar perdas dos produtos.

No assentamento Gleba Rio Vermelho, localizado em Rondonópolis, sul do estado, a ponte do rio Lourencinho, principal acesso entre a comunidade rural e a cidade, foi parcialmente destruída pelas fortes chuvas.

“Meu apelo para as autoridades competentes é que venham aqui arrumar o aterro da nossa ponte. Estamos sofrendo com a falta do aterro que a enxurrada levou e a gente tem que atravessar por dentro de córrego, ou tem que andar 15 quilômetros pode conseguir chegar na nossa propriedade”, destaca a produtora rural Rosimeire Sanquite.

Produtores têm dificuldade em escoar a produção com problemas causados pela chuvas Foto: Pedro Silvestre

De acordo com o presidente da Associação dos Pequenos Produtores, Nelsivon Gomes, já foi solicitado à prefeitura do município o reparo da ponte e eles aguardam uma solução para o problema

Segundo os produtores locais, essa é a quinta vez em menos de quatro meses que a cabeceira da ponte passa por problemas depois das chuvas e impossibilita o escoamento da produção rural da região. Com isso, a produção de leite, queijo, gado de corte, hortaliças e outros itens são prejudicadas devido às péssimas condições do local.

Os agricultores chegaram a improvisar para conseguir transitarem pelo local. Usaram pedaços de madeira para tentar garantir o escoamento da produção, assumindo um risco constante de acidentes.

Nelsivon Gomes reforça o apelo para o prefeito de Rondonópolis. “Quero pedir humildemente em nome da comunidade que  o senhor fizesse um compromisso em fazer um trabalho definitivo, uma ponte de concreto aqui para garantir trafegabilidade em um local de difícil acesso”.

Agricultores de outros assentamentos também reclamam do descaso com a agricultura familiar no município. José Luiz Luchinski é um deles. Ele  tem um sítio de 25 hectares  onde cultiva um pomar consorciado de frutas e enfrenta dificuldades  para entregar a produção na cidade. 

“Após colher a produção, são vinte quilômetros de estrada para chegar a MT-250. A estrada está em péssima condição, pontes estragadas, sem condição de trafegar,  você gasta duas horas para chegar lá. Com isso tem que escolher outra via onde aumenta muito o custo. A indignação nossa é essa. A nossa cidade tem cinco deputados estaduais, dois federais, um senador e a gente se encontra neste abandono. Eu não posso fazer nada além de cobrar das autoridades, mas quando eles não nos atendem fica ruim para a gente”, diz.