Após dois anos de alta, a escalada de preços da arroba do boi gordo deve perder força em 2015. Entre janeiro e março desse ano, as cotações ficaram estáveis, enquanto que no primeiro trimestre de 2014 houve valorização de 8,4%.
– Nós não acreditamos altas expressivas para os próximos meses. Algo em torno de 5%, talvez 6%, para o mercado futuro, devido ao período de entressafra que tipicamente ocorre uma valorização – aponta o analista da Scot Consultoria Hyberville Neto.
A queda das exportações no início do ano também ajudou a pressionar os preços da arroba. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), o Brasil fechou o primeiro trimestre de 2015 com 318 mil toneladas de carne exportadas, uma redução de 17,5% em relação ao mesmo período de 2014. Já a receita do volume total de carne embarcada foi de US$ 1,3 bilhão de dólares, queda de 17% em comparação com 2014.
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– Essa carne que a gente tem dificuldade de colocar no mercado interno, se estivesse sendo exportada, poderia remunerar melhor o frigorífico. Embora a gente só exporte entre 20% e 30% do que produzimos, esta é uma importante via de escoamento que, se está ruim, agrava ainda mais o cenário – diz Alex Lopes, também da Scot Consultoria.
Mesmo assim, a Abiec acredita que é possível superar os US$ 7,2 bilhões faturados em 2014. Para 2015, a Abiec calcula um faturamento de US$ 8 bilhões em volume exportado, aumento de quase 10%, em comparação com o ano anterior.
As expectativas com as vendas internas também são positivas. O consumo deve aumentar entre os meses de outubro e dezembro, mas o produtor precisa ficar atento ao mercado. Hyberville Neto afirma que o pecuarista deve utilizar a ferramenta do mercado futuro e travar as vendas.
– Esse é um ano de muitas incertezas, principalmente por causa da instabilidade econômica do país. Não é hora de especular.
Edição de Gisele Neuls
