Analistas recomendam ao produtor segurar as vendas de soja

Após atingir a pior cotação para contratos futuros desde 2010, consultores orientam o produtor a esperar melhores preçosO bushel da soja não atinge um valor tão baixo na Bolsa de Chicago (CBOT) desde 2010. O motivo é o excesso de oferta do grão no mercado mundial. A boa oferta da oleaginosa nos países da América do Sul e Estados Unidos pressionam os preços.

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Os contratos futuros de soja negociados na CBOT, com vencimento em novembro de 2015, atingiram os menores patamares dos últimos cinco anos na última semana, chegando a US$ 9,07/bu.

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Segundo o analista de mercado da consultoria Novo Rumo Mário Mariano, as produções recordes no Brasil e nos Estados Unidos, além do estoque da Argentina geraram um excesso de oferta. O El Niño previsto para o ciclo 2015/2016 sinaliza que haverá mais produtividade e, consequentemente, mais produto no mercado, o que explica a cotação mais baixa.

– A China reduziu a demanda no mês de abril em 5% e, por consequência, os estoques globais continuam pressionando. Ademais, temos as condições da moeda, que estão caindo em relação ao dólar – explica.

A soja alcançou o seu maior preço no mercado internacional em setembro de 2012, quando ultrapassou US$ 16,00/bushel. Desde então, a desvalorização está em 46%. No mercado interno, o valor da soja também tende a cair no curto prazo. No Porto de Paranaguá, no Paraná, principal porto para embarques de soja, a saca está cotada em R$ 65,50, baixa de 15%. Há 12 meses, a mesma saca valia R$ 77,00.

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O consultor de grãos da INTL FCStone Glauco Monte orienta que os produtores segurem as vendas da oleaginosa.

– O momento agora é de cautela pelo excesso de oferta, com quatro safras consecutivas cheias. Então a gente tem um excesso de oferta. O produtor deveria, em minha opinião, vender pelo menos a parte que cobre os custos de produtor – diz.