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Chuva isolada: nova frente fria não deve conseguir avançar

A seca em boa parte do Brasil central vem prejudicando lavouras de milho segunda safra, laranja, cana-de-açúcar e pastagens

Choveu neste fim de semana na divisa dos três estados do Centro-Oeste, conforme previsto. Em Mineiros (GO), a estação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) registrou 30 milímetros.

Em outras áreas, o tempo seco agrava a situação das lavouras. Além de perdas na segunda safra de milho, principalmente no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais, observam-se condições ruins para o desenvolvimento de cana-de-açúcar, pastagens e laranja.

As frentes frias não conseguem avançar pelo Brasil, provocando chuva apenas no Rio Grande do Sul. Até mesmo o Paraná, que tinha maior chance de precipitação nesta semana, permanecerá sobre tempo seco nos próximos dias sete dias. A redução da umidade do solo acontecerá desde Rondônia até o sudoeste da Bahia, passando por Mato Grosso, embora neste estado parte da segunda safra de milho já esteja livre da estiagem.

Por outro lado, a umidade do solo será reposta no Rio Grande do Sul. Isso ajuda no preparo do solo para depois instalar as culturas e pastagens de inverno. Além da chuva no território gaúcho, há previsão de chuva forte ao longo da costa leste e no norte do Nordeste, além de boa parte da região Norte.

Chuva nos próximos dias

Detalhando alguns eventos desta semana, na quinta-feira, 6, a passagem de uma frente fria trará ventos fortes à costa do Sul e Sudeste. As rajadas de vento variam entre 70 e 100 km/h desde Laguna (SC) até Iguape (SP). As ondas vão passar de 2,5 metros de altura no sul de Santa Catarina na noite da quinta-feira. Apesar do vento intenso, o sistema terá pouca duração. Isso pode afetar as atividades de embarque em Paranaguá por poucas horas.

Além disso, após a passagem da frente fria, a temperatura vai despencar no Sul com previsão de geadas desde o sul do Paraná até o Rio Grande do Sul. Algumas áreas produtoras, como de batata na serra gaúcha serão afetadas pelo fenômeno, mas o frio intenso não alcançará áreas da segunda safra de milho do oeste do Paraná, por exemplo.

Na semana que vem, embora mapas com projeção da chuva mostrem precipitação sobre partes do Sudeste e Centro-Oeste, a precipitação mais intensa vai permanecer sobre a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.

“Estamos monitorando a temperatura do oceano Pacífico leste. A partir do momento em que as águas esquentarem, haverá energia suficiente para empurrar as frentes frias chuvosas pelo interior do país. Por enquanto, isso está previsto para o período entre 23 e 27 de maio”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.